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Opinião

Plano nacional de exportações vai estimular busca por acordos comerciais

Para João Martins, produtos do agronegócio precisam ter mais valor agregado.

Maior agregação de valor aos produtos do agronegócio, ampliação das vendas externas da agroindústria, diversificação da pauta comercial brasileira e mais acesso ao mercado internacional. Estes são alguns dos principais benefícios do Plano Nacional de Exportações (PNE) para o setor agropecuário, segundo o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins. “Precisamos agregar valor aos nossos produtos e não simplesmente exportar apenas commodities”, ressaltou.

O PNE foi lançado, nesta quarta-feira (24/6), no Palácio do Planalto, em Brasília, pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro. O Plano contém uma série de medidas para alavancar as exportações brasileiras e, assim, aumentar a participação do Brasil no comércio mundial, que hoje é de apenas 1,2%, e melhorar a posição do país no ranking dos principais exportadores globais. Hoje, o Brasil ocupa a vigésima quinta posição entre os principais países exportadores.

João Martins destacou a participação ativa da CNA na discussão e elaboração do PNE desde o início do ano. “Todos os pontos propostos pela CNA foram acatados e isso vai nos beneficiar de várias maneiras, pois o plano veio ao encontro de nossos anseios”, destacou. Entre os pontos defendidos pela CNA no plano, estão a entrada dos produtos brasileiros em mais países, a busca por mais acordos comerciais, o fortalecimento da atuação brasileira em organismos internacionais e a remoção de barreiras tarifárias, sanitárias e fitossanitárias. O agronegócio brasileiro representa, atualmente, 21,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 43% das exportações brasileiras. Em 2014, as venda externas totalizaram US$ 96,7 bilhões.

“Além de continuar exportando mais soja, milho, carne, e outros produtos, vamos também exportar mais produtos com maior agregação de valor. Queremos ter uma agroindústria mais competitiva, isso vai gerar mais empregos, ampliando o acesso a mais mercados e beneficiando todo o agronegócio”, afirmou. Na avaliação do presidente da CNA, um dos mercados prioritários para o agronegócio brasileiro é a União Europeia. “Bilateralmente ou não, temos que participar mais do mercado europeu”.

O Plano Nacional de Exportações terá vigência até 2018 e foi construído com a participação do governo e de mais de 80 entidades do setor produtivo, sendo baseado em cinco pilares: acesso a mercados, promoção comercial, facilitação de comércio, financiamento e garantia às exportações e aperfeiçoamento de mecanismos e regimes tributários de apoio às exportações. O PNE vai seguir três princípios: previsibilidade, abordagem sistêmica do comércio exterior e desenvolvimento regional.

Entre as ações previstas no Plano, destaque para as negociações em âmbito bilateral, multilateral e regional, negociações sobre temas tarifários e não tarifários e construção de uma ampla rede de acordos com países de todos os continentes. Na parte de promoção comercial, o governo federal definiu como prioritários 32 mercados para os produtos brasileiros e quer difundir a cultura exportadora com foco na capacitação de empresas para exportação.

O PNE prevê, ainda, a simplificação e racionalização da legislação e dos processos administrativos e aduaneiros, buscando, entre outros objetivos, reduzir de 13 para oito dias os prazos de exportação, e de 17 para 10 dias os prazos de importação. Também foram anunciados mais recursos para instrumentos de apoio às exportações, como o Proex e o BNDES Exim.