Nesta terça-feira (22), em Brasília a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) acompanhou o lançamento Plano Safra 2021/2022, que ocorreu no Palácio do Planalto em Brasília e contou com a presença do presidente da república Jair Bolsonaro e da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, além de outras autoridades. Com o aporte de R$ 251,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária, o Plano teve um aumento de 6,3% ou R$ 14,9 bilhões a mais comparado com o do ano passado. Os financiamentos poderão ser contratados de 1º de julho de 2021 a 30 de junho de 2022.
Do total, R$ 177,78 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização e R$ 73,4 bilhões serão para investimentos. Os recursos destinados a investimentos tiveram aumento de 29%. Já com o foco no médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 34 bilhões, um aumento de 3% em relação à safra passada. São R$ 29,18 bilhões para custeio e comercialização e R$ 4,88 bilhões para investimento, com juros de até 6,5% ao ano.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que o acréscimo de recursos nas linhas de investimento é muito importante para a suinocultura, tendo em vista que os produtores estão sempre buscando modernizar suas granjas, se adequar as normativas de bem-estar e aumentar a bioseguridade. Por outro lado, Lopes reforçou que a linha de retenção de matrizes, era muita esperada pelo setor e não saiu. “A linha de retenção de matrizes é essencial para a suinocultura, ainda mais nesse ano em que houve momentos em alguns estados que os produtores tiveram seus custos de produção dobrados quando comparado com o último ano”.
Com intuito de amenizar a elevada nos custos de produção na cadeia suinícola, Lopes relembrou que no final de abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicou uma resolução aumentando o limite de tomada de crédito para quem for produzir milho e sorgo, além da abertura do Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP) voltado ao milho. “De alguma forma a medida poderá minimizar o forte aumento de preços dos insumos, que vem impactando significativamente o custo de produção de proteína animal e o valor pago pelos consumidores”.
Milho e Sorgo no Plano Safra
O Plano Safra 21/22 prevê recursos para o custeio de milho, sorgo e à atividade de avicultura, suinocultura, piscicultura, pecuária leiteira e bovinocultura de corte em regime de confinamento: R$ 1,75 milhão (Pronamp) e R$ 4 milhões para os demais produtores.
Os recursos para a construção de armazéns nas propriedades também foram prioridades no Plano desse ano, pois tiveram um aumento significativo. Serão destinados R$ 4,12 bilhões, um acréscimo de 84%. Para o financiamento de armazéns com capacidade de até 6 mil toneladas nas propriedades, a taxa de juros é de 5,5% e para maior capacidade a taxa é de 7% ao ano, com carência de três anos e prazo máximo de 12 anos.
A Ministra Tereza Cristina disse que o atual Plano Safra deixará o agro brasileiro ainda mais atrativo e explicou que nos anos anteriores tinham apenas dois bancos querendo operar recursos para o agro, e que este ano há diversas instituições solicitando recursos para oferecer aos produtores. “Este é um plano que vem pincelado pois houve mais de 100% de aumento nos recursos para as linhas de preservação”.
A Ministra disse ainda que nas próximas décadas, a produção agrícola mundial deverá crescer em sintonia com a conservação ambiental, porém sem descuidar dos ganhos de produtividade e da inclusão social. “Graças à ciência e à inovação, o Brasil será protagonista desse processo”.