Da Redação 02/02/2004 – 10h40 – Você certamente ouviu falar recentemente do chamado mal da vaca louca, que atingiu uma vaca de Washington. É a primeira vez que a doença ataca um animal nos Estados Unidos, mas o primeiro caso foi registrado em dezembro de 1984 na Inglaterra. Em 1986, os britânicos já enfrentavam uma epidemia. Cerca de 200 mil animais foram infectados e 4,5 mil, sacrificados na tentativa de estancar o problema.
Em 1994, a doença, cujo termo médico é encefalite espongiforme devido aos buracos parecidos com esponja que ela deixa no cérebro, chegou aos humanos, provavelmente por causa do consumo da carne contaminada. Até hoje, o número de casos em pessoas é relativamente pequeno. São 137, na maioria na Inglaterra. Porém, a doença causa medo por que é fatal. Ela ataca o cérebro , deixando a vítima mental e fisicamente dependente.
O caso recente dos Estados Unidos levantou questões que os cientistas ainda não sabem responder. De onde vem a doença? Pode apenas uma vaca adoecer? A hipótese mais aceita é de que os animais são infectados pela ração contaminada (a ração contém componentes de origem animal). Mas se a vaca de Washington foi infectada pela comida, é improvável que seja o único animal doente, já que a ração é dividida por todos. Passados 19 anos do surgimento da doença, os cientistas ainda não sabem exatamente o que causa o mal da vaca louca. Desconhecendo a causa, é difícil desenvolver meios de prevenção ou de cura da doença.
Humanos correm risco
Nos humanos, o mal da vaca louca lembra uma enfermidade, já conhecida dos médicos, a Creutzfeldt-jakob, que danifica as células causando infecção generalizada do cérebro. Testes genéticos levaram os cientistas a concluir que a causa dessa doença humana deveria ser justamente a ingestão de carne contaminada.
O mal da vaca louca e outros relacionados a desordens cerebrais não são causados por vírus ou bactérias, mas por príons. Os príons são uma versão defeituosa de uma proteína abundante no cérebro e na coluna vertebral. Por alguma razão (que ainda não se sabe qual), os príons interagem com o DNA do doente produzindo mais proteínas. O acumulo anormal da proteína é o que causa a doença.