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Por que insistir em andar na contramão?

<p>Algumas pessoas e empresas ainda não perceberam, ou não admitem a sua percepção, que o agronegócio brasileiro cresceu absurdamente nos últimos anos. O setor expandiu-se das páginas das publicações técnicas para alcançar as capas dos grandes jornais, revistas e programas de TV do Brasil, sendo o principal responsável pelo aumento do PIB no ano passado.</p>

Da Redação 10/03/2005 – A cada dia que passa aumenta mais o meu orgulho de ser brasileira. Vivo em um país maravilhoso, sem guerras, amistoso, cheio de talentos e, principalmente, produtivo. Sim, produtivo em todos os sentidos da palavra. O agronegócio brasileiro que registrou o seu recorde no PIB de 2004, atingindo a marca de R$ 524 bilhões – pisa cada vez mais fundo no acelerador e ganha vantagem (econômica e tecnológica) na produção de alimentos de qualidade.

PIB brasileiro (setor)

2003

2004

Nacional

R$ 1,556 trilhão

R$ 1,921 trilhão

Agronegócio

R$ 508 bilhões

R$ 524 bilhões

Agricultura

R$ 94,8 bilhões

R$ 97,7 bilhões

Pecuária

R$ 63,3 bilhões

R$ 67,1 bilhões

Fonte: CNA.

Um setor tão produtivo como é o agronegócio do Brasil precisa de pessoas que o represente tanto nas empresas privadas como nos órgãos públicos, com a cabeça voltada para o seu desenvolvimento. Precisa de pessoas que ajudem a promover o nome do nosso país para o resto do mundo.

Desempenho da avicultura brasileira      

 

2001

2002

2003

2004

2005*

Produção de carne (milhões de toneladas)

6,567

7,449

7,645

8,800

9,200

Exportação de carne

1,249

1,599

1.922

2,610

2,700

Produção de ovos**         

1.273

1.374

1.203

1.245

1.260

Fonte: UBA/Abef/FNP. *Estimativa. **Milhões de dúzias.

Há tempos, nós provamos que somos capazes e competentes no agronegócio. Um bom exemplo disso é a nossa magnitude na produção de carnes. O Brasil, pelo segundo ano consecutivo, fechou 2004 como o maior produtor e exportador de carne bovina, deixando os tradicionais australianos para trás. Também passou a perna nos americanos e conquistou o primeiro posto nas exportações de carne de frango. A nossa suinocultura também ocupa lugar de destaque. Está entre as quatro maiores do mundo. Também somos gigantes na produção de grãos. Soja e milho são os principais cultivos do nosso Cerrado. Somos ainda campeões na produção e na exportação de açúcar e temos as nossas frutas apreciadas e consumidas em todo o planeta.

Desempenho da suinocultura brasileira

 

2001

2002

2003

2004

2005

Produção de carne (milhões de toneladas)**

2.730

2.872

2.697

2.660

2.700

Exportação de carne (mil toneladas)

265,5

477,0

493,9

503,0

503,0           

Fonte: ABCS/Abipecs/FNP. *Estimativa.**A produção de carne suína brasileira foi adequada à demanda interna e hoje encontra-se equilibrada.

Por tudo isso, e agregado à nossa qualidade e tecnologia, o agronegócio brasileiro vem sendo reconhecido e admirado mundialmente. Portanto, precisamos nos comportar como alguém que realmente é admirado. Precisamos mostrar a nossa cara e enfatizar ao mundo todo que o Brasil tem capacidade de produzir 8,8 milhões de toneladas de carne frango ao ano, ou mais, e que detém cerca de 40% do mercado mundial do produto. Hoje, exportamos a carne de frango e de aves para 133 países.

Espelho do mercado

A feira de negócios reflete o desenvolvimento do setor envolvido

A Gessulli Agribusiness, durante os seus 95 anos de trabalho dedicados ao agronegócio, disponibilizou uma gama de serviços para o setor por meio de suas publicações Avicultura Industrial e Suinocultura Industrial. Sempre com a responsabilidade de informar, educar e de promover encontros, sejam eles técnicos, de negócios ou ambos.

Desde 1989, a Gessulli organiza e realiza anualmente no Brasil o evento que se tornou o principal espelho dos mercados avícola e suinícola da América Latina, hoje conhecida como Feira da Indústria Latino Americana de Aves e Suínos AveSui. Uma feira de negócios que reflete o desenvolvimento desses dois setores, atuando como ponto de encontro entre o produtor, o técnico e a indústria; o produtor e as empresas de fomento; o comprador e o exportador; o técnico e o estudante; enfim, agindo como um elo entre os diferentes segmentos e personagens de toda a cadeia produtiva de aves e de suínos. Eventos como este ainda ajudam a reforçar a imagem e as marcas das empresas presentes, além de promover a atualização das tecnologias e do próprio mercado entre os participantes. 

Contratos, parcerias e negócios são iniciados e concluídos, muitas vezes, nas  feiras e exposições  

Estes encontros se tornam cada vez mais necessários quando um setor produtivo apresenta desenvolvimento acelerado e demanda de mercado em crescimento como é o caso da nossa avicultura e da nossa suinocultura. É preciso reforçar ainda que esses encontros acontecem para promover o crescimento dos setores em evidência e que são abertos a todos os que queiram participar de sua realização.

A AveSui, como tantas outras feiras de negócios, é apenas uma das ferramentas de marketing disponíveis às empresas de aves e de suínos para que elas a utilizem em seu favor. Para que encontrem nela a oportunidade e o lugar para mostrar a sua cara, a sua marca, a sua tecnologia e o reflexo da sua realidade.

Além de ser uma importante ferramenta de marketing para as empresas e suas marcas, as feiras são um ótimo ambiente para reunir e rever colegas do setor

Realidades diferentes

Uma grande polêmica que começou a surgir entre algumas empresas do agronegócio mundial, especificamente entre as companhias dos setores de aves e de suínos, é a indução para a realização dessas feiras a cada dois anos. No entanto, os números desses setores, pelo menos no Brasil, não têm demonstrado desacelaração econômica e tecnológica que justifique a interrupção, por um ano, de um encontro como este. Talvez, este tipo de desaceleração seja o reflexo de situações particulares de algumas empresas e que nada tem a ver com o resultado global do setor.

As feiras de negócios que representam os setores de aves e suínos nos Estados Unidos, por exemplo, não abrem mão de sua realização anual. A International Poultry Exposition (IPE), ou Feira de Atlanta, a maior do mercado avícola mundial, já se posicionou diante desta polêmica. A organização da feira não cedeu aos integrantes de um pequeno grupo de empresas e se mantém firme com a exposição anual. A indústria avícola, que impulsiona a nossa exposição, está sempre renovando seu parque industrial e buscando novas tecnologias, diz Don Dalton, presidente da Poultry and Egg Association, entidade americana que organiza a IPE. Assim como ele, penso, e tenho certeza, que os executivos das grandes agroindústrias vêem nessas exposições um boa oportunidade para fazer negócios, comprar máquinas, encontrar soluções e alternativas técnicas, relacionar-se com seus clientes e com seus fornecedores, tendo tudo à sua disposição e em um único lugar.

Já na Europa, a realidade é um pouco diferente. Além de os europeus não terem mais espaço físico para expandir a sua criação animal, seus rebanhos ainda se mostram bastante suscetíveis a grandes surtos e aos problemas ambientais. Além disso, existem duas grandes feiras de aves e de suínos na região. Uma delas é uma velha conhecida do mercado brasileiro, cujos organizadores internacionais deixaram o Brasil às pressas por tentar importar conceitos que não condiziam com a nossa realidade.

As feiras voltadas ao agronegócio no Brasil têm realidades diferentes das feiras realizadas na Europa e nos EUA

De quem é o interesse?

Logo após a sua realização, em outubro de 2004, circulou para os expositores da Eurotier (feira de aves e suínos realizada em Hannover, na Alemanha) um questionário teoricamente elaborado em conjunto com os organizadores da outra grande feira do setor, sugerindo uma discussão sobre a periodicidade desses eventos no Velho Mundo. Em janeiro deste ano, durante a participação da Gessulli Agribusiness na Feira de Atlanta, fui surpreendida ao saber que este questionário tinha sido manipulado por esta empresa organizadora de eventos da Europa, utilizando a lista de expositores de sua concorrente Eurotier. O que mais me deixou indignada foi a utilização deste questionário como desculpa para a mudança da data do seu evento, que saiu de novembro de 2005 para, coincidentemente, maio de 2006, sendo que esta nem era uma das alternativas do referido questionário.

Por isso, devemos prestar muita atenção quando saímos em defesa de uma causa ou outra, sem análise dos fatos e da real intenção que, muitas vezes, é distorcida das necessidades do nosso mercado.

As parcerias realizadas entre as empresas e o intercâmbio de informação é uma necessidade dos países globalizados. As exportações da carne de frango brasileira apontam fortemente para isso. Nós, da Gessulli, já experimentamos a força que uma empresa internacional traz ao formar uma joint-venture e posso afirmar que isso nos trouxe benefícios, entretanto, o divisor de águas deve ser, em todos os casos, o respeito ao mercado local e as imposições não devem ultrapassar aos limites da ética.

Parcerias são sempre muito bem-vindas. E eu não me cansarei de trabalhar para a união dos eventos no Brasil. Um sonho que tenho, e espero um dia poder concretizá-lo, é realizar um grande encontro de avicultores e de suinocultores, unindo os principais eventos do País para promover uma imensa troca de experiências e de conhecimento. Já conseguimos avançar muito neste sentido com a AveSui e espero que um dia mais e novas cabeças se abram para isso.

por Andrea Gessulli – Diretora de Marketing e Feiras da Gessulli Agribusiness