Os preços da soja pagos pelos produtores (mercado de balcão) chegaram a R$ 100 por saca de 60kg, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Segundo os analistas, os preços seguem renovando as máximas nominais em algumas regiões, especialmente nos portos.
Produtores consultados pelo Cepea no Sul do Brasil e da região paulista de Sorocabana (oeste do estado) já negociam a soja na casa dos R$ 100,00 por saca de 60 kg. A sustentação vem da boa demanda, especialmente para exportação, e da menor oferta.
Quanto ao Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR), entre 8 e 15 de maio, registrou alta de 3,9%, fechando a R$ 115,83/saca de 60 kg na sexta-feira, 15. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 2,9% no mesmo período, a R$ 107,50/sc de 60 kg na sexta.
De acordo com pesquisas do Cepea, indústrias indicam que estão conseguindo repassar a alta dos preços do grão aos derivados, contribuindo para que a margem de esmagamento não ceda expressivamente. No entanto, representantes de indústrias já se preocupam com a margem de lucros nos próximos meses, diante das incertezas quanto ao abastecimento da matéria-prima no segundo semestre.
MILHO
De acordo com o Cepea, as atenções no mercado de milho estão voltadas ao desenvolvimento da segunda safra. A irregularidade nas chuvas no Sul e Sudeste do País e em Mato Grosso do Sul deve limitar o potencial produtivo das lavouras. Este ambiente mantém vendedores consultados pelo Cepea retraídos do mercado, sustentando o movimento de alta nos preços domésticos.
Compradores, por sua vez, realizam negócios pontuais, se abastecendo apenas para o curto prazo, à espera de mercadoria da segunda safra e de recebimento de lotes já adquiridos antecipadamente. Assim, entre 8 e 15 de maio, na região de Campinas (SP), a necessidade compradora fez com que os valores voltassem a superar os R$ 50/sc de 60 kg. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 1,6% em sete dias, a R$ 50,57/sc na sexta.