Em março, o índice que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas (IqPR) registrou elevação de 3,62%, na comparação com o mês anterior, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA), instituição de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Carnes de frango e suína e ovos impulsionaram o movimento de alta.
“Após altas sucessivas, os indicadores apresentaram um arrefecimento entre a terceira e quarta semanas de março, o que indica uma desaceleração que pode estar dando margem para reajustes menores ou mesmo variações negativas para o mês de abril”, explicam Danton Leonel de Camargo Bini e Eder Pinatti, pesquisadores do IEA.
A maioria dos produtos que compõem o IqPR apresentou alta. Destacaram-se nesse intervalo: banana nanica (61,59%), tomate para mesa (59,56%), carne suína (11,26%), carne de frango (9,98%) e ovos (6,34%).
Mesmo com as quedas de seus preços observadas nas últimas duas semanas do mês, a redução da oferta da banana nanica, com o adiantamento da colheita ocasionado pelo calor e as chuvas de fevereiro, levou a uma ascensão dos valores médios recebidos pelos bananicultores do Vale do Ribeira paulista.
No caso do tomate para a mesa produzido no Estado de São Paulo, perdas oriundas das chuvas de fevereiro – que acometeram plantas ainda em formação com a enfermidade ocasionada pelo cancro bacteriano – reduziram ainda mais a oferta do produto, o que gerou uma elevação de quase 60% nos preços médios recebidos pelos produtores.
Já para a carne suína, dois fatores interferiram com robustez no reajuste de seus preços nas granjas paulistas. Maiores escalas de exportação (9% de aumento em comparação com fevereiro) sem reajuste de oferta física de animais, aliadas à valorização cambial de 4,3% do dólar em março, aumentaram a precificação do produto em reais nos numerários recebidos pelos suinocultores do Estado de São Paulo.
No que se refere à carne de frango, os aumentos dos embarques para exportação em 15,4% reduziram a oferta do produto no mercado interno. Numa realidade na qual os principais insumos conformadores dos custos de produção da atividade apresentaram altas pouco expressivas no mês de março, análises preliminares indicam uma melhora pontual na rentabilidade do setor. Reforça esse espectro o fato do frango originar os cortes de carnes mais competitivos no mercado quando comparado às pecuárias bovina e suína.
Fonte de proteína mais popular consumida pela população brasileira, os ovos tiveram seus preços reajustados entre fevereiro e março, principalmente pelo costume católico de reduzir o consumo de carnes no período religioso da quaresma. Contudo, cabe observar que, no comparado com março de 2018, os preços atuais apresentam uma pequena desvalorização de 0,46%.
Dos 19 produtos acompanhados, somente cinco apresentaram quedas de preços no período: Feijão (-11,73%), Café (-3,64%), Arroz (-2,44%), Algodão (-0,31%) e Cana-de-Açúcar (-0,29%).
Acumulados dos últimos 12 meses
No período de abril de 2018 a março deste ano, o IqPR registrou aumento de 21,77%. As maiores altas no período foram: batata (319,84%), feijão (213,32%), tomate para mesa (73,08%), laranja para indústria (36,67%), carne de frango (36,6%), trigo (31,48%), carne suína (31,04%), laranja para mesa (30,52%), banana nanica (26,06%), amendoim (25,33%), leite (19,01%) e arroz (10,21%). Variaram positivamente abaixo do reajuste dos custos de produção: carne bovina (4,52%), cana-de-açúcar (4,09%), milho (4,00%), algodão (1,59%) e soja (1,22%).
Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas e gráficos, além de consultar os valores do índice com e sem cana-de-açúcar, principal produto agrícola do Estado de São Paulo, clique aqui.