Os preços da soja registraram mais uma queda no mercado brasileiro nesta terça-feira (23). Diante desse cenário, os produtores rurais têm optado por segurar suas produções, buscando melhores oportunidades de venda no futuro.
Os agricultores estão aguardando por cotações mais favoráveis, porém, devido às necessidades de caixa e à falta de espaço nos armazéns, muitos têm realizado negociações pontuais. O momento mais propício para obtenção de melhores preços é para entrega em dezembro, o que tem incentivado os produtores a segurarem a soja o máximo possível.
Confira as cotações da saca de 60 kg nas principais praças:
Passo Fundo (RS): caiu de R$ 131 para R$ 130
Região das Missões: recuou de R$ 130 para R$ 128
Porto de Rio Grande: decresceu de R$ 141 para R$ 138
Cascavel (PR): passou de R$ 129 para R$ 126
Porto de Paranaguá (PR): desvalorizou de R$ 138 para R$ 135
Rondonópolis (MT): diminuiu de R$ 119 para R$ 115
Rio Verde (GO): foi de R$ 120 para R$ 117
Desempenho da soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a última quinta-feira com preços mais baixos, em um dia marcado pela volatilidade. A queda em outros mercados e o cenário fundamental desfavorável continuaram pressionando as cotações.
Um fator que contribuiu para a queda foi a confirmação da extensão por dois meses do acordo para o corredor de exportações de grãos do Mar Negro, o que impactou negativamente o milho durante a maior parte do dia, afetando também o trigo. A soja acompanhou essa tendência baixista. Além disso, a queda nos preços do petróleo e a alta do dólar frente a outras moedas também influenciaram negativamente o mercado.
Adicionalmente, as condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento do plantio e das lavouras nos Estados Unidos contribuíram para o cenário desfavorável.
Exportações e contratos futuros
As exportações líquidas de soja dos Estados Unidos referentes à temporada 2022/23, iniciada em 1º de setembro, totalizaram 17.000 toneladas na semana encerrada em 11 de maio. Para a temporada 2023/24, as exportações atingiram 663,8 mil toneladas. Os números ficaram abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam exportações entre 50 mil e 600 mil toneladas para as duas temporadas.
No mercado de contratos futuros, os contratos da soja em grão com entrega em julho fecharam com uma queda de 3,75 centavos ou 0,28%, cotados a US$ 13,33 1/4 por bushel. Já a posição para novembro registrou uma cotação de US$ 11,87 por bushel, com uma perda de 0,50 centavo de dólar ou 0,04%.
Nos subprodutos, o farelo de soja teve uma queda de US$ 11,20 ou 2,63%, fechando a US$ 414,10 por tonelada, enquanto o óleo de soja teve um ganho de 0,88 centavo ou 1,89%, fechando a 47,29 centavos de dólar para a posição de julho.
Câmbio e perspectivas
O dólar comercial encerrou a sessão estável, sendo negociado a R$ 4,9690 para compra e R$ 4,9710 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,9510 e a máxima de R$ 4,9950.
Os produtores de soja permanecem atentos às oscilações do mercado e aguardam por melhores oportunidades para efetuar suas vendas. O clima favorável nos Estados Unidos e a extensão do acordo para o corredor de exportações de grãos do Mar Negro continuam impactando as cotações, reforçando a necessidade de cautela por parte dos agricultores.