O custo do frete rodoviário de carga manteve sua trajetória ascendente durante o mês de julho no estado de Mato Grosso. Esse aumento médio está ligado principalmente às contratações para o transporte de grãos, que têm experimentado sucessivas elevações, seguindo a volatilidade dos preços dos combustíveis. O Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deste mês apresenta essa análise.
Conforme os especialistas da Conab, essa tendência de elevação deve persistir até que os níveis de comercialização da soja e do milho alcancem uma estabilidade considerada adequada, o que é esperado para os meses de outubro e novembro.
Em Mato Grosso do Sul, também houve ajustes nos preços do frete rodoviário de cargas, especialmente a partir da segunda metade do mês anterior, “devido a questões comerciais relacionadas às cotações de grãos e prêmios nos portos, bem como à demanda nos mercados interno e externo”, conforme declarado pela Conab.
Outros estados que observaram aumentos nos preços do frete incluem Goiás, onde a disponibilidade de caminhões enfrentou desafios, e Tocantins, que apresenta uma demanda crescente em rotas específicas, principalmente no transporte de soja em grãos dos armazéns para o transbordo em Palmeirante e a descarga no porto de Itaqui (MA).
No Paraná, segundo a Conab, os valores de transporte de milho não demonstraram variações significativas nas rotas em direção ao Porto de Paranaguá.
Entretanto, nos estados da Bahia, Piauí, Maranhão e no Distrito Federal, o mercado de frete rodoviário de cargas testemunhou reduções na maioria das rotas.
Em Minas Gerais, de acordo com avaliações de empresas de transporte, o grande volume de soja ainda não comercializada deve manter o setor aquecido ao longo do segundo semestre. Adicionalmente, a rota do café, que lidera as exportações do setor agropecuário mineiro e desempenha um papel fundamental na receita do estado (representando 36% do valor total), também é um ponto destacado.
O Boletim Logístico da Conab também fornece informações sobre o desembarque de adubos e fertilizantes nos portos brasileiros, revelando um aumento de 16% em julho em comparação com o mês anterior. Cerca de 3,6 milhões de toneladas foram desembarcadas, em comparação com 3,1 milhões de toneladas em junho. No acumulado de janeiro a julho de 2023, foram importadas 20,36 milhões de toneladas, comparadas com 23,67 milhões do ano anterior, representando uma redução de 14%. Os portos do Arco Norte receberam 5,47 milhões de toneladas, praticamente igual aos 5,46 milhões do mesmo período do ano anterior. No porto de Paranaguá, foram 5,14 milhões de toneladas, comparados a 7,46 milhões do ano anterior, e em Santos foram importados 4,04 milhões de toneladas, em comparação com 3,99 milhões do ano passado.