A abundante disponibilidade de milho, impulsionada pelo avanço da colheita, e a recente desvalorização no mercado internacional têm exercido pressão sobre as cotações do cereal no mercado interno. De acordo com o levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na última semana, foram registradas quedas mais significativas no Centro-Oeste, região onde a colheita está mais adiantada.
O atual cenário tem gerado cautela entre os vendedores, que estão reticentes em realizar negociações, uma vez que especulam sobre a possibilidade de aumento na demanda internacional pelo milho brasileiro. Essa expectativa se deve aos recentes conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, que poderiam redirecionar a procura por milho para o Brasil, importante player do mercado mundial de grãos.
Por outro lado, os compradores têm aproveitado a oferta do milho proveniente do Centro-Oeste, aproveitando-se de contratos já firmados nas semanas anteriores. Essa estratégia de abastecimento tem sido suficiente para suprir suas necessidades no curto prazo, o que contribui para a pressão baixista nos preços, pois a demanda a prazo imediato tende a diminuir.
Esse cenário de retração nas cotações é resultado de um complexo equilíbrio entre oferta e demanda, que se encontra influenciado tanto por fatores internos quanto por acontecimentos no âmbito global. Os produtores e agentes do setor estão atentos à evolução dos eventos, uma vez que o comportamento do mercado internacional pode repercutir de maneira significativa nas condições do mercado interno.
O Cepea continuará monitorando o comportamento dos preços do milho e as movimentações do mercado, oferecendo análises e informações para auxiliar os produtores e demais envolvidos no setor a tomarem decisões estratégicas em meio a esse contexto de volatilidade.