Os preços nacionais do suíno vivo e da carcaça suína continuam caindo semana a semana no México.
Esses movimentos se devem a uma série de fatores, como o baixo ritmo da demanda nacional, maiores pesos nos animais abatidos. As compras internacionais caíram em 2% semanalmente.
O preço médio nacional da carne suína voltou a cair em média 4,5% por semana, fixando-se em MX$ 30,01 por quilo (R$ 8,43).
Se retirarmos o estado de Yucatan deste cálculo matemático (que é o mais alto e é praticamente operado por uma única empresa), o preço nacional mexicano estaria atualmente em torno de $ 28 MXP (R$ 7,86) peso vivo.
No entanto, e apesar dos baixos preços registrados nos últimos meses no México, o preço médio da carne suína na fazenda está 42,29% acima do preço pago nos EUA, enquanto no caso da carcaça suína a diferença é de 82,28%, ainda que a carne de porco seja importada dos Estados Unidos para o México.
Importação de carne suína do México
O México é o terceiro maior importador mundial de carne suína e o primeiro entre os países da América Latina.
Em 2022, o consumo de carne suína do México foi composto por 51% do produto nacional, enquanto 49% foi de carne suína importada. Já em 2013, a relação era quase inversa de 61% para a carne suína produzida nacionalmente enquanto apenas 39% era a participação da carne suína importada.
O México é um mercado significativo para as exportações de carne suína dos EUA e é normalmente um dos principais destinos dos produtos suínos dos EUA. A indústria suína dos EUA se beneficia da crescente demanda do México por carne suína como fonte de proteína, e o México se beneficia da disponibilidade de produtos suínos americanos de alta qualidade. A relação comercial entre os dois países, apesar de ser uma faca de dois gumes, é importante tanto para a economia dos Estados Unidos quanto para a do México.
Fontes de carne suína para consumo interno
Por outro lado, no final de março passado, a OPORMEX mobilizou mais de 300 suinocultores dos estados de Sonora, Jalisco, Michoacán e Querétaro para se manifestarem perante o Ministério da Economia para exigir a regulamentação da carne suína importada, que inundou o mercado nacional e deixou de fora cerca de 200 pequenos e médios produtores.
O presidente da Organização dos Produtores Mexicanos de Carne Suína (OPORMEX), Heriberto Hernández, acusou na época que a abertura ao mercado externo com tarifa zero está provocando o colapso do mercado interno, com preços pagos ao produtor bem abaixo do custo de Produção.
“Nossa preocupação é a queda dramática do preço da carne suína mexicana. Atualmente, o preço de venda está entre 22 e 23 pesos por quilo de suínos vivos, quando nossos custos de produção variam entre 34 e 38 pesos/kg” disse o presidente da OPORMEX, acrescentando que esta situação está causando perdas entre 1.200 e 1.600 pesos (aprox. $ 77 USD) por porco produzido.
Resumo
Desde dezembro, o excesso de oferta no mercado mundial de carne suína, os altos custos de produção, o peso mexicano muito valorizado, o colapso do mercado japonês de carne suína (principal destino das exportações mexicanas), entre outros fatores, fizeram com que a indústria suína mexicana perdesse competitividade em arena internacional.
- Os fatores acima têm causado um excesso de oferta no mercado interno.
- Quase metade da carne suína consumida no México é originária de fora do país.
- O ano de 2023 também trouxe uma maior consolidação dos negócios e, consequentemente, uma redução dos pequenos e médios empresários da indústria suína mexicana.
- A produtividade no México estagnou em 22 leitões desmamados/porca/ano, enquanto apenas 18 leitões/porca/ano são vendidos.
Doenças e taxas de mortalidade de porcas acima de 14%, devido a porcas pouco resistentes aos desafios da suinocultura moderna, continuam afetando fortemente a produtividade da suinocultura mexicana.