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COP26

Presidente do BB afirma que é preciso encontrar mecanismos para financiar preservação e incentivar agricultores

Na COP26, Fausto Ribeiro afirmou que há um "custo para deixar a mata intacta", mas que isso "não significa que o Brasil quer desmatar"

Presidente do BB afirma que é preciso encontrar mecanismos para financiar preservação e incentivar agricultores

O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou nesta quarta-feira, na COP26, que é preciso encontrar mecanismos no mercado brasileiro e internacional para compensar a ausência de produtividade nas áreas de vegetação nativa preservadas pelos produtores rurais nas propriedades privadas.

“Dado seu protagonismo no agronegócio, o Banco do Brasil pode capitanear [o trabalho para] encontrar soluções, seja de crédito de carbono [ou] taxa de juros verdes, para equalizar a questão e trazer melhores condições para que nossos agricultores possam ser incentivados a preservar essas áreas”, afirmou durante painel no estande do Brasil em Glasgow, na Escócia.

Fausto Ribeiro disse que a agricultura brasileira cresce de forma “estruturada, equilibrada e controlada” e que o produtor tem papel de protagonista no processo de preservação ambiental. “O Brasil é o único país que criou uma espécie de reserva nacional dentro da propriedade privada porque o produtor não pode explorar as zonas de áreas de preservação permanente e reserva legal”, acrescentou. O BB é o principal financiador do agronegócio nacional, com 54% de participação no mercado.

Segundo dados que Ribeiro apresentou na COP26, 33% do território brasileiro são áreas protegidas pelos produtores nas propriedades rurais, em cumprimento ao Código Florestal. O presidente do BB destacou que há um “custo para deixar a mata intacta”, mas que isso “não significa que o Brasil quer desmatar”.

Segundo ele, o custo dos produtores para preservar 2,8 milhões de km², de acordo com os registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR), é de US$ 2,8 bilhões por ano “para cercar e vigiar” as áreas. “Esses 33% do nosso território, que poderiam produzir e gerar emprego e renda, não estão sendo utilizados. E isso traz custo de manutenção uma vez que agricultores são autuados se houver roubo, extração ilegal de madeira, invasão de animais, incêndios”, pontuou. “Esse ativo poderia estar gerando outros US$ 551,6 bilhões ao PIB do país”.

O executivo salientou que, além de avaliar a documentação exigida pela lei, o banco segue um processo rigoroso de verificação e cruzamento de dados para a concessão de crédito agrícola. “Tomamos cuidado para evitar que estejamos fazendo financiamento em área não apropriada”, diz.