O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) subiu mais uma vez em agosto, acumulou alta nos primeiros oito meses de 2022 e deverá encerrar o ano com resultado positivo e boas possibilidades de consolidar essa tendência de recuperação em 2023.
Na comparação com julho, o indicador registrou estabilidade, mas em relação a agosto do ano passado houve a alta de 3,9%. No acumulado do ano, pelo segundo mês seguido, a variação também foi positiva (0,7%), e para 2022 como um todo a perspectiva é de crescimento de 1,9%.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV. “Os bons sinais de recuperação da agroindústria, possivelmente, estão refletindo tanto o aquecimento do mercado interno quanto algum alívio de custos de produção, seja devido aos combustíveis e energia elétrica, seja por conta da acomodação do preço de matérias-primas não-industriais em patamares inferiores”, avaliaram os analistas do FGV Agro, em relatório.
Alimentos e bebidas
Ante agosto de 2021, a alta foi garantida por aumentos de 4,2% observado no grupo de produtos alimentícios e bebidas e de 3,6% no segmento de produtos não-alimentícios.
No primeiro, as bebidas foram o destaque, com avanço de 8,9%, e no segundo foram os insumos que se sobressaíram, com avanço de 17%. “O bom desempenho do grupo de produtos alimentícios e bebidas reflete a melhora nas condições econômicas internas, sobretudo, as do mercado de trabalho brasileiro e à maior acomodação dos preços”, afirmou o centro da FGV.
Na área de insumos, o salto foi determinado exclusivamente pelo expressivo incremento de 70,2% registrado na produção de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários, como inseticidas.
Biocombustíveis
Nesse ramo, o principal foco de problemas está nos biocombustíveis. “O setor vem registrando quedas sucessivas e robustas desde maio de 2020, nas comparações interanuais, impactado ainda pela reduzida produção de cana ao longo de 2021, que foi prejudicada pelas fortes geadas e secas.
Além disso, o etanol perdeu competitividade frente a gasolina nos meses que antecederam agosto”, disse o FGV Agro.
Depois das performances de agosto, o centro manteve a expectativa de que o PIMAgro encerre 2022 com variação positiva de 1,9% (cenário base). Esse resultado é composto por avanços de 2,2% no grupo de produtos alimentícios e bebidas e de 1,6% no de produtos não-alimentícios.