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Produção de grãos poderá crescer 23% até 2020/21

Projeção, divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura, avalia que a forte expansão se dará com o crescimento de apenas 9,5% na área plantada até o ano-safra 2020/2021.

A forte elevação do consumo doméstico de alimentos, combinada com a crescente demanda por comida nos países emergentes, levará o Brasil a dar um salto de 23% na produção global de grãos, fibras, cereais e carnes nos próximos dez anos.

A projeção, divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura, avalia que a forte expansão se dará com o crescimento de apenas 9,5% na área plantada até o ano-safra 2020/2021, calcula a Assessoria de Gestão Estratégica do ministério. O Brasil deve elevar sua produção de grãos a 175,8 milhões em dez anos. A produção de carnes será elevada em 26%, de 24,6 milhões para 31,2 milhões de toneladas até 2020. “Os números são conservadores mesmo. Pessoalmente, acho que vamos passar disso, mas é para evitar um otimismo exagerado que leve a uma frustração”, disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

As projeção do governo apontam para um crescimento sustentado do consumo interno de alimentos. A demanda por carne bovina, por exemplo, crescerá 83% em dez anos. Em frango, seriam 67%. Suínos, 81%. E para milho seriam 85,4% de consumo adicional em dez anos. “Há uma emergência da população que não tinha acesso à comida. Elevou a demanda sobretudo de proteína animal”, disse o ministro Rossi. “Temos potencial para ser o primeiro produtor e exportador mundial de proteína animal e vegetal”, afirmou.
Os dados, calculados pelo especialista José Garcia Gasques, apontam que o Brasil passará a deter, em 2021, uma fatia de 49% das exportações mundiais de carne de frango. Na soja, passaria de 31% para 33,2%. Na carne bovina, de 28% para 30,1%. A fatia do Brasil no comércio internacional de carne suína subiria de 10,1% para 12%. No milho, a participação passaria de 10% para 12%. “Há uma tendência de termos preços mais altos. Há muito preocupação com isso em vários organismos internacionais”, disse Gasques.

Na edição de ontem, o Valor informou que a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) preveem uma década de preços elevados e grande volatilidade no mercado internacional de commodities. E o Brasil será um dos países mais beneficiados pela tendência, prevê o estudo “Perspectivas Agrícolas 2011-2020”, que será apresentado na sexta-feira, em Paris.

A projeção do Ministério da Agricultura aponta que a produtividade da agricultura brasileira garantirá safras cada vez maiores. “A produção crescerá com base na produtividade. O Brasil tem mostrado que é possível elevar a produção sem ampliar o crescimento da área plantada, com investimentos em tecnologia”, destaca Rossi. “A expansão da área de grãos no país se dará em percentual bem abaixo do seu crescimento histórico”.

As estimativas do estudo “Brasil – Projeções do Agronegócio 2010/11 a 2020/21”, realizado em parceria com a Embrapa, indica algodão em pluma, milho, café, açúcar, soja em grão, leite, celulose, carnes de frango e bovina como os produtos agropecuários brasileiros com maior potencial de crescimento. O estudo mostra que a variação da área cultivada será inferior à média dos últimos dez anos, que foi de 21%. O Brasil deve se manter como um dos grandes fornecedores de proteína animal no mercado mundial.

No algodão, principal destaque, a estimativa é de altas de 47,8 % na produção e 68,4% nas exportações. Hoje, o país produz 1,6 milhão de toneladas de pluma. A produção vai superar 2,3 milhões de toneladas em dez anos. E os embarques subirão para 800 mil, em comparação às atuais 500 mil. A região entre sul do Maranhão, norte do Tocantins, sul do Piauí e noroeste da Bahia (Matopiba) é uma das apostas do Ministério da Agricultura como a nova fronteira agrícola do país. O ministério prevê salto de 13,3 milhões para 16,6 milhões de toneladas de grãos no início da próxima década. Em compensação, a área de colheita deve aumentar de 6,4 milhões hectares para 7,5 milhões de hectares.