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Produtores de ovo caipira apostam no associativismo

<p>Juntaram ó útil ao agradável e, desde o início de outubro, estão reduzindo custos e comercializando conjuntamente a produção no município em outras cidades.</p>

Redação (26/10/06) – Acostumados a produzir e vender de forma artesanal ovos de galinha caipira, produtores do município de Abdon Batista, no interior de Santa Catarina, descobriram a vantagem do associativismo, juntaram ó útil ao agradável e, desde o início de outubro, estão reduzindo custos e comercializando conjuntamente a produção no município em outras cidades.

Integram a Agrocanoas, uma pequena indústria e comércio de ovos e hortifrutigranjeiros, 15 associados, somando um plantel de 2,7 mil aves e uma produção média de 190 dúzias de ovos caipiras ao dia. E a expectativa é, em três meses, dobrar a produção. É o tempo de o consumidor perceber que nosso produto é diferenciado, porque vem de galinhas criadas soltas, explica animado Édson Trevisan, sócio e administrador da empresa.

A vantagem dos produtores ele exemplifica com redução de tempo e custos. Antes, cada produtor tinha que distribuir seus produtos. Hoje, apenas o carro da empresa faz a coleta e a distribuição dos ovos, diz, lembrando outros detalhes, como o fato de estarem com produção legalizada, dentro das normas exigidas pelos órgãos competentes, e com chances de crescer.

A empresa foi montada com R$ 200 mil dos quais 20% são recursos dos produtores e 80% financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Rural. Esse fundo foi criado numa parceria entre Sebrae em Santa Catarina e a Enercan, empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Campos Novos, feita no Rio Canoas, entre os municípios de Campos Novos e Celso Ramos. É uma das formas de minimizar os impactos da hidrelétrica na região.

O fundo oferece crédito para projetos coletivos de agroindústrias nos municípios localizados na área de influência da hidrelétrica, que são Abdon Batista, Campos Novos, Celso Ramos e Anita Garibaldi. O valor total dos recursos é de R$ 2,380 milhões. O financiamento é de 80% do valor do projeto, com pagamento em cinco anos e um ano de carência. Entre os requisitos para a obtenção dos recursos, é preciso tratar-se de projeto coletivo que agregue valor à atividade que os produtores querem desenvolver.

Pela parceria, a Enercan oferece os recursos e o Sebrae se responsabiliza pela orientação dos produtores, desde a escolha dos negócios, capacitações, rotulagem e embalagem dos produtos para comercialização. Quando a gente diz que nossa produção tem o acompanhamento do Sebrae, isso ajuda a abrir as portas dos mercados para nossos produtos, reconhece Édson Trevisan.

Arranjo produtivo
A idéia partiu do Sebrae. Sugerimos à empresa responsável pela usina que, no pacote de iniciativas para compensar os danos causados pelo empreendimento, também fossem incluídos projetos de cunho econômico. Idéia aceita, desenvolvemos o projeto, esclareceu Altenir Agostini, coordenador do Arranjo Produtivo Local (APL) da Agricultura Sustentável nos Municípios Lindeiros à Barragem de Campos Novos aqueles na área de influência da hidrelétrica .

Segundo ele, o Agrocanoas é um dos primeiros de 24 projetos que integram o APL a se concretizar. Os demais, explicou, estão em fase de implantação, em estudo de viabilidade ou em análise. Ao todo, disse, envolvem mais de 400 produtores rurais com ações em áreas como abatedouro-frigorífico, agricultura, bovinocultura de leite, artesanato em lã e conservas. Nosso objetivo é fortalecer essas comunidades e promover o desenvolvimento regional a partir das potencialidades locais, afirma o coordenador do APL.

Serviço:
Agência Sebrae de Notícias – (61) 3348-7494
Altenir Agostini – (49) 3245-1438
Édson Trevisan – (49) 9103-8051