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Produtos congelados e prontos para o consumo: uma nova tendência alimentar

Ao longo dos últimos anos, verifica-se uma crescente preocupação dos consumidores com a saúde, traduzindo-se na maximização da procura por alimentos seguros, saudáveis, nutricionalmente equilibrados e prontos para o consumo

Produtos congelados e prontos para o consumo: uma nova tendência alimentar

Os produtos avícolas estão entre as principais fontes proteicas consumidas no mundo todo, pois seu consumo não está condicionado a aspectos religiosos ou tradições. Ademais, configuram-se como alimentos relativamente baratos e versáteis, oportunizando diferentes formas de preparo e protagonizando inúmeras refeições.

Conquanto, no mercado alimentar contemporâneo, um setor que adquire destaque corresponde ao de produtos congelados, o que ilustra as transformações ocorridas no comportamento do consumidor ao longo das últimas décadas. Ou seja, rapidez e abrangência tornaram-se atributos incorporados aos hábitos de alimentação da sociedade globalizada no século XXI, sobretudo entre jovens e adultos (LERNER, 2000).

Logo, o mercado de congelados caracteriza-se por produções muitas vezes artesanais – como marmitas simples – voltadas a diversos segmentos, como para indivíduos que moram sozinhos ou que se preocupam com uma alimentação saudável, fitness ou gourmet. Assim, os congelados tornaram-se uma opção para quem não deseja ou não dispõe de tempo para preparar seu próprio alimento, mas que deseja se alimentar de forma saudável e saborosa (SEBRAE, 2020).

Comidas saudáveis, refeições prontas e comidas congeladas estão ganhando mais espaço à mesa dos brasileiros. Em tempos de crise, o crescimento do setor é consequência da combinação de necessidades como economizar dinheiro e tempo. As refeições prontas e congeladas são formas econômicas e rápidas de alimentação. Ainda, corrobora o fato de mais mulheres estarem trabalhando fora, menos lares com empregada doméstica e uma demanda maior de praticidade no preparo das refeições (FRIOMILIA, 2020).

Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ao Centro de Assessoria e Pesquisa de Mercado (CEAP) entrevistou mais de 2.500 pessoas em 113 cidades de todos os Estados brasileiros, cujos resultados demonstraram que o consumo de proteína animal ocorre em 98,5% dos lares do país (SANTIN, 2021). Os achados apontam a predominância do consumo de ovos, com um aumento significativo nos últimos anos. Em seguida, há o consumo de carne de frango (94%) e carne suína (80%).

Esta mesma investigação evidenciou que 47% dos respondentes alegaram consumir ovos diariamente, 82% consideram o ovo como excelente fonte proteica e 74% afirmam que o alimento possui bons níveis de colesterol. A carne de frango foi reportada como sendo consumida de duas a três vezes por semana por 54% dos entrevistados, sendo vista como proteína saudável pela maioria (82%) e prática no preparo (68% dos entrevistados).

As compras das carnes de frango, suína e ovos dobraram após a pandemia, segundo a mesma pesquisa (SANTIN, 2021). Embora 78% dos entrevistados não tenham alterado os hábitos de consumo durante esse período, 22% informaram ter incrementado a compra de ovos, carne de frango e carne suína. Como justificativa dessa maximização, os indivíduos evidenciaram o preço dos alimentos e o aumento das refeições em casa devido às restrições de circulação de pessoas e dos impactos na renda média.

Ao longo dos últimos anos, verifica-se uma crescente preocupação dos consumidores com a saúde, traduzindo-se na maximização da procura por alimentos seguros, saudáveis, nutricionalmente equilibrados e prontos para o consumo (AGROCLUSTER, 2015). Ante essa circunscrição, a pesquisa realizada apresenta o panorama do mercado brasileiro de alimentos congelados e prontos para o consumo, com destaque para aqueles derivados da avicultura. Para tanto, pauta-se em duas perspectivas integrativas e complementares, quais sejam: novas tendências de consumo e inovações tecnológicas na indústria de alimentos.

Confirma a matéria completa na edição 1311 da revista Avicultura Industrial