Os impactos da onda de calor histórica na avicultura gaúcha ainda não são conhecidos. Ontem, a temperatura nos vales, que concentra muitos aviários do Rio Grande do Sul, passou dos 42ºC.
No Uruguai, entretanto, os números são espantosos. A onda de calor provocou a morte de cerca de 400 mil frangos nos últimos dias. “Isso é absolutamente histórico, nunca ocorreu antes”, indicou Joaquín Fernández, produtor e presidente da Associação de Produtores Avícolas Sur (APAS).
“É a primeira vez que sucede algo desse tipo. Tenho 43 anos no setor e jamais vivi algo igual”, disse. Segundo o produtor, as aves não possuem glândulas sudoríparas e o calor provoca a morte dos animais.
O presidente da APAS afirmou que o número de animais mortos equivale entre 10% e 20% da produção nacional do Uruguai, o que implica uma perda milionária. “Não há nenhum problema de desabastecimento. Estamos até com um excesso de produção e a produção vai se normalizando e adequando conforme a necessidade do mercado”, destacou. Mesmo assim, alertou que pode haver aumento dos preços dos ovos.
O Uruguai registrou na sexta-feira a maior temperatura da sua história com 44,0ºC em Florida, disse o Instituto Uruguaio de Meteorologia. A marca igualou o registro de Paysandú em janeiro de 1943. De acordo com o Inumet, grande parte do Uruguai registrou na sexta máximas acima dos 40ºC com quebras de recordes históricos em diferentes departamentos uruguaios.
As máximas preliminares da sexta informadas pelo órgão oficial de Meteorologia do Uruguai foram de 44,0ºC em Florida, 42,7ºC em Soriano, 42,0ºC em Durazno, 41,8ºC em San José, 41,7ºC em Rio Negro, 41,4ºC em Tacuarembó, 41,3ºC em Treinta y Tres, 41,2ºC em Montevidéu, 41,0ºC em Canelones, Cerro Largo, Maldonado e Flores, 40,7ºC em Salto e 40,6ºC em Paysandú. Outros departamentos tiveram, conforme o órgão oficial de Meteorologia do Uruguai, de 38ºC a 39ºC.