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Grãos

Queda dos grãos é liderada por trigo na Bolsa de Chicago

Soja e milho também recuaram nesta terça-feira

Queda dos grãos é liderada por trigo na Bolsa de Chicago

A renovação do acordo para exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro segue pressionando as cotações do trigo no mercado internacional. Na bolsa de Chicago, os contratos para março, os de maior liquidez, recuaram 0,95% nesta terça-feira, a US$ 8,1050 por bushel, e lideraram as quedas no dia.

Na semana passada, após negociações com Ucrânia, Turquia e a Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia concordou em estender por mais 120 dias o acordo que permite o escoamento de grãos ucranianos pelo Mar Negro.

“O corredor de exportação é uma garantia de saída não só do trigo da Ucrânia, mas também do cereal da Rússia, que deve ter o maior excedente exportável da história. Para que isso aconteça, no entanto, a ONU deve cumprir as garantias para derrubar as sanções do Ocidente contra os russos”, disse Fábio Lima, consultor em gestão de risco de trigo da StoneX.

Segundo ele, a queda na demanda pelo trigo americano pressiona os preços em Chicago. “A China está buscando trigo francês, que é mais barato que o americano. Isso tira a competitividade das exportações dos EUA, que estão 20% menores nesta temporada”, afirmou.

Soja

No mercado da soja, os preços passaram por correção técnica após a alta da véspera. Os contratos com vencimento em janeiro do ano que vem, os mais líquidos, fecharam em queda de 0,49%, a US$ 14,2975 por bushel, e os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, recuaram 0,36%, a US$ 14,3650 por bushel.

Os investidores seguem atentos ao plantio na América do Sul. “A Argentina continua lutando contra o clima seco, que está atrasando o início do cultivo e pode reduzir a oferta de soja”, disse Doug Bergman, da RCM, em relatório. No Brasil, o plantio chegou a 80% da área, segundo dados da consultoria Agrural. Há alguns percalços nos trabalhos de campo causados pela irregularidade das chuvas em áreas produtoras do Centro-Oeste.

Ainda assim, o otimismo com a produção brasileira continua. Hoje, a Agresource elevou sua estimativa de colheita de soja para 153,55 milhões de toneladas, volume 0,61% maior que a projeção do mês passado e 22,30% superior ao do ciclo 2021/22. Na ponta da demanda, o avanço da covid-19 na China ainda preocupa o mercado.

Mais de 27 mil novos casos da doença foram registrados na segunda-feira, número pouco abaixo do recorde de um dia para o país. Os investidores temem que o país, o maior comprador de grãos do mundo, entre em recessão e acabe reduzindo seu consumo de proteínas e cereais.

Milho

Nas negociações do milho, os contratos para março do ano que vem, os de maior liquidez em Chicago, recuaram 0,64% no pregão de hoje, a US$ 6,5925 por bushel.

Segundo a consultoria Granar, o tráfego de barcaças continua com restrições no rio Mississippi, nos Estados Unidos, ainda que tenha melhorado na semana passada. Esse quadro exerce pressão sobre as cotações. Outro fator que pesa sobre os preços é o avanço acelerado da safra nos EUA.

A colheita no país chegou a 96% da área até o último domingo, percentual que ficou acima dos 94% de igual período do ano passado e que foi superior também à média dos últimos cinco anos, de 90%, apontam dados do Departamento de Agricultura americano (USDA).