*Por António Morelli
A questão ambiental é um assunto que acompanha a nossa história desde a época da colonização. Percebe-se que os principais problemas estão relacionados às práticas agropecuárias predatórias – desmatamento ilegal para implantar agropecuária na região, atividade madeireira e a má gestão dos resíduos urbanos. No que diz respeito a agropecuária, conciliar a produção de alimentos e a preservação dos recursos naturais é um dos grandes desafios até os dias de hoje.
Se por um lado o crescimento populacional exige uma busca constante por soluções que permitam grandes produções de qualidade, por outro a preocupação ambiental também ganhou relevância, assim como as boas práticas que visam minimizar os impactos ambientais. Segundo o novo código florestal há algumas medidas que visam a remediação e recuperação da qualidade ambiental, como o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas, inclusive mediante ao termo de ajustamento de conduta (TACs). Estas medidas necessitam do monitoramento periódico de sua evolução, inclusive por meio da apresentação de relatórios técnicos, geralmente realizados a cada seis meses (tempo que varia de Estado para Estado).
Esse monitoramento pode ser feito de forma automatizada, ajudando a reduzir drasticamente os custos de diversos processos para o produtor, sendo um incentivo maior à manutenção de estratégias ambientalmente positivas. O desenvolvimento de novas maneiras de plantio, como o cultivo consorciado (utilização simultânea de duas ou mais culturas em uma mesma área), as técnicas agroflorestais e de rotação de cultivos, pesquisas por melhoramento de matrizes e novas variedades são algumas formas de tentar adequar as necessidades produtivas com as demandas do mercado para o produtor.
Nesses processos, o acompanhamento da evolução dos cultivos e respostas às ações antrópicas – que nada mais são as alterações realizadas pelo homem na natureza, evitam por exemplo, expor sua plantação à utilização de agrotóxicos ou qualquer outro tipo de produto prejudicial. Nesse caso, você precisa refletir, analisar e determinar as devidas providências a serem tomadas e/ou evitadas. Quanto mais fácil o acesso às informações e reports do que acontece no campo, mais precisa e assertiva serão suas ações na hora de tomar qualquer decisão em relação ao plantio.
Além disso, devido às conjunturas políticas, algumas causas ambientais para combater os danos no campo e no plantio perderam o destaque, inclusive em relação aos investimentos do setor. As ações de fiscalização que estavam presentes foram reduzidas pelo governo, prejudicando drasticamente o setor do agronegócio e dificultando alguns processos realizados pelo produtor rural.
Para que a evolução no campo possa progredir, é necessário ter confiança no futuro e garantir sua qualidade, seja na fonte, no produto final ou no respeito e preocupação com o meio ambiente. Questões amplas como as ambientais podem interferir diretamente na gestão, como também na produção de futuras safras e estar atento a elas pode fazer toda a diferença. É isso que se deve ter em mente quando se pensa em uma agricultura integrada, sustentável e que usa a tecnologia a seu favor.
*Antônio Morelli é CEO da Agronow (www.agronow.com.br), única empresa a desenvolver uma plataforma de mapeamento que estima, informa e projeta a produtividade agrícola em menos de um minuto.