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Avicultura

Ração cara em SP

Avicultores estão diminuindo o tamanho dos lotes nas granjas em São Paulo. Insumos subiram cerca de 70% e o preço do frango ficou estável.

Ração cara em SP

A alta no preço da ração e a queda nas exportações estão dificultando a atividade dos avicultores, em São Paulo. Há criador diminuindo o tamanho dos lotes nas granjas.

Parece que a granja está com a capacidade máxima de produção, mas no ano passado não havia espaços entre os frangos. Um dos motivos está na ração, feita a base de milho e de soja.

“Nós estamos com os preços das commodities muito caras. Estamos pagando o milho em São Paulo e na maior parte do Brasil R$ 30 a saca ou mais”, diz Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura.

Enquanto os insumos estão até 70% mais caros, o preço do frango ficou praticamente estável. Esta é a pior relação de preço entre milho e frango dos últimos dois anos.

O que agrava a situação é que o produtor tem mais motivos para se preocupar. De acordo com a Associação Paulista de Avicultura, a produção no Brasil está acima da capacidade de consumo. A exportação, que poderia ser uma saída, não está atrativa por causa do valor do dólar.
O avicultor José Carlos, que tem uma granja com produção independente em Corumbataí, cria aves há 25 anos. No ano passado, ele vendeu o quilo da ave por R$ 2,10. Esta semana o preço foi para R$ 1,65.

Para compensar as perdas, o criador precisou trocar o aquecimento a gás pela lenha e instalou bebedouros automáticos para economizar a mão de obra. “Tem que reduzir o custo no máximo para ficar na briga”, justifica.

O farelo de milho representa entre 60% e 65% da ração. O produtor depende da composição tanto do farelo de milho como do farelo de soja para garantir proteína e valor energético para que as aves se desenvolvam dentro da média de 45 dias.

“Nós estamos nesse primeiro semestre de 2011 com estoques de milho relativamente baixos. Apesar de uma boa safra de verão, a demanda tanto interna quanto para exportação reduziu bem os estoques. Isso alavancou preços. No primeiro momento, o milho que abastece as granjas em São Paulo tem vindo mais de Minas Gerais e de parte de Goiás. O mercado está muito sensível e apreensivo quanto ao tamanho da segunda safra de milho. A boa produtividade das primeiras lavouras que foram colhidas já reduziu expressivamente os preços em torno de 7% a 8% em apenas uma semana ou nos últimos dias. Agora, vamos ver o andamento da colheita para as próximas semanas”, explica Lucilio Alves, economista do Cepea, Centro de Estudos em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, em Piracicaba.