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Recuo do dólar impulsiona grãos na Bolsa de Chicago

Soja, trigo e milho encerraram a quinta-feira em alta

Recuo do dólar impulsiona grãos na Bolsa de Chicago

O dólar caiu no mercado internacional na quinta-feira, o que abriu espaço para a valorização dos grãos na bolsa de Chicago. A alta mais expressiva foi a da soja: os contratos do grão para novembro subiram 1,38%, para US$ 13,915 por bushel, e os que vencem em janeiro do ano que vem encerraram o pregão em alta de 1,25%, a US$ 14 por bushel.

A consultoria argentina Granar lembra que a queda do dólar pode estimular as exportações dos Estados Unidos, já que barateia os grãos americanos para importadores de outros países. A China voltou a comprar soja dos EUA, o que também ofereceu suporte às cotações, segundo Ruan Sene, analista da Grão Direto.

Nesta quinta, o Departamento de Agricultura americano (USDA) informou que o saldo líquido de vendas na semana encerrada em 13 de outubro foi de 2,3 milhões de toneladas. Desse total, 1,9 milhão de toneladas seguirão para a China. O analista diz que o mercado está preocupado com as previsões de que o La Niña voltará a influenciar o clima a partir de novembro – a constatação surgiu a partir dos modelos da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês).

“É um alerta importante para quem espera um recorde na produção de soja brasileira”, afirma Sene.

Ontem, o Conselho Internacional de Grãos (IGC) cortou em 0,25% sua estimativa de produção de soja no mundo na temporada 2022/23, para 386 milhões de toneladas.

Para o consumo, a estimativa continuou em 378 milhões de toneladas, e a previsão para os estoques finais subiu 1,9%, para 54 milhões de toneladas.

No mercado de trigo, os contratos que vencem em novembro fecharam o dia em alta de 0,95%, a US$ 8,4925 por bushel. Já os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, subiram 0,99%, a US$ 8,68 por bushel.

A Rússia não definiu se vai ou não prorrogar o acordo que permitiu à Ucrânia retomar suas exportações de alimentos pelo Mar Negro. Dmitry Polyanskiy, vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, disse que, em troca da extensão do acordo, o Kremlin quer que o Ocidente derrube as sanções que impôs aos russos.

O acordo, que Nações Unidas e Turquia intermediaram em julho, vai expirar no mês que vem. Desde que o acerto entrou em vigor, 345 navios, que transportavam 7,7 milhões de toneladas de carga, deixaram os portos ucranianos, segundo agências internacionais. Em outra frente, o IGC manteve em 792 milhões de toneladas sua estimativa para a safra global de trigo no relatório desta quinta.

O milho também avançou na sessão. Os lotes do cereal para dezembro subiram 0,85%, a US$ 6,84 por bushel, e os papéis de segunda posição, para março do ano que vem, fecharam em alta de 0,8%, a US$ 6,90 por bushel.

Segundo a consultoria Granar, um dos fatores de sustentação dos preços do milho é a deterioração da safra na União Europeia. Na ponta da demanda, o USDA informou nesta quinta que as vendas americanas ao exterior totalizaram 408,3 mil toneladas na semana encerrada em 13 de outubro. Os americanos efetivos somaram 407,2 mil.

O IGC cortou a previsão de colheita global de milho em 2022/23 em 2 milhões de toneladas, para 1,166 bilhão de toneladas. O órgão reduziu também suas estimativas de consumo – o corte foi de 3 milhões de toneladas, para 1,188 bilhão – e de estoques, que passou de 262 milhões para 258 milhões de toneladas.