A produção de bioenergia e novos produtos a partir do lixo é um desafio e uma necessidade, principalmente para o setor industrial. Apenas no estado de São Paulo, são produzidas, por ano, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos sólidos orgânicos. A indústria de alimentos é a que mais produz resíduos sólidos em sua linha de produção e muitas tecnologias vêm sendo desenvolvidas com o propósito de tratar esses rejeitos. Atenta às necessidades atuais, Tania Forster Carneiro, professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA) da Unicamp, desenvolve uma nova linha de pesquisa obtendo resultados promissores.
“A tecnologia que desenvolvemos permite transformar um grande volume de lixo num líquido de alto valor agregado que pode ser transportado e/ou acondicionado com mais facilidade”, conta a pesquisadora, com entusiasmo.
À frente do Laboratório de Bioengenharia e Tratamento de Águas e Resíduos – Biotar desde 2014, a professora desenvolveu a biorrefinaria de biomassa, equipamento capaz de transformar resíduos sólidos da indústria de alimentos (como palha e bagaço de cana de açúcar, casca de laranja, entre outros) em bioenergia e produtos de valor agregado.
A biorrefinaria de biomassa utiliza a tecnologia supercrítica. Um fluido supercrítico é qualquer substância submetida a condições de temperatura e pressão acima de seu ponto crítico, no qual não há distinção entre seu estado líquido e gasoso. No caso do Biotar, usa-se água. Submetida a condições de temperatura e pressão elevadas, a água adquire características de um fluido supercrítico e apresenta tanto propriedades de líquido quanto de vapor, podendo ser empregada nesse processo.
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