Por Humberto Marques
A Laringotraqueíte Infecciosa das Aves (LTI) é uma das doenças de maior impacto econômico na avicultura, sendo responsável por severos prejuízos principalmente no segmento de postura. Altamente contagiosa, a enfermidade é causada por um vírus pneumotrópico, membro da família Herpesviridae, subfamília Alfaherpesvinae, pertencente à lista B da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), portanto, de notificação obrigatória.
O Estado de São Paulo teve registros recentes da doença, mas precisamente em 2003 na região de Bastos – principal polo produtivo de ovos do país – e em 2009 no município de Guatapará, em granjas comerciais. Desde então, medidas de controle vem sendo aplicadas, tanto do ponto de vista da biosseguridade quanto do uso de vacinas vivas com vírus atenuado. Em ambos os casos, foram aplicadas restrições do trânsito de aves vivas e a realização de monitorias ativas visando acompanhar a circulação viral da LTI.
No final de fevereiro, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo publicou a Resolução SAA nº 6, que estabelece procedimentos para prevenção e controle da enfermidade em território paulista. Ela vem em consonância com o Memorando Circula nº 72/2018 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que liberou o uso da vacina recombinante contra LTI, determinando os parâmetros para o uso da vacina viva atenuada.
Com a nova resolução, avicultores de todo o Estado podem – de maneira opcional – incluir a vacina recombinante para LTI em seus programas vacinais, menos os produtores do chamado bolsão de Bastos e de Guatapará, cuja aplicação é obrigatória. Também, libera a circulação de aves vivas para fora dos limítrofes das duas áreas atingidas no passado pela doença. “Embora endêmica nestes locais, não se detecta circulação viral para LTI desde 2015 no bolsão de Bastos e, no caso de Guatapará, desde 2016”, afirma José Luiz Fontes, assessor Técnico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
A circulação das aves tem de ser acompanhada da informação do uso da vacina recombinante no Guia de Trânsito Animal (GTA), seja de produtores de Bastos e/ou Guatapará ou de avicultores de outras localidades que optaram pela vacinação. “Essa é uma informação importante para o acompanhamento da movimentação destes plantéis junto ao sistema de defesa sanitária animal”, ressalta Fontes.
Nesta entrevista, acompanhada também pelo assessor Técnico João Carlos Campo Pimental, são esmiuçadas alguns dos principais pontos da Resolução SAA nº 6, ressaltando a sua importância para uma nova fase de controle da LTI em São Paulo, assim como os casos em que a vacina viva atenuada pode ser utilizada.
Confira a entrevista na íntegra aqui.