O dono de um laticínio em Venturosa, no agreste de Pernambuco, também é criador de suínos. Ele precisou se adaptar às determinações do Ministério Público e criou um “soroduto”. A obra leva o soro do leite até os animais, sem o risco de contaminar o meio-ambiente.
Venturosa se destaca pela quantidade de laticínios, são mais de 60 e todos os dias as fábricas recebem mais de 200 mil litros de leite. Do processamento surge um importante subproduto: o soro, que os donos de laticínios aproveitam para alimentar os suínos.
O problema é que ao mesmo tempo que a criação de suínos contribui para melhorar a renda do produtor, ela pode ser também fonte de contaminação para os produtos fabricados e para o meio-ambiente.
Por conta disso, em Venturosa, o Ministério Público proibiu que as pocilgas funcionem na zona urbana ou nas proximidades de laticínios. É o caso de uma antiga que foi desativada exatamente porque funcionava atrás de um laticínio.
Para não ter que deixar a atividade, os criadores tiveram que se adequar à determinação. Uziel Valério, dono de laticínio, usou a criatividade e projetou um soroduto, uma rede de canos com mais de três quilômetros, que transporta o soro direto da fábrica para a pocilga. “A gente canalizou o soro e preparamos caixas para separar. Com uma bomba, nós mandamos diretamente para o sítio, o sistema ficou bem aproveitado e não prejudicamos o meio-ambiente”.
Uziel gastou R$ 10 mil na implantação do soroduto. Sobre a chegada do soro na criação de porcos e a distribuição, Airton Bezerra, gerente do laticínio, mostrou que uma caixa coleta o soro transportado pelos canos e a rede de distribuição. Por meio de torneiras, um funcionário regula a saída do líquido. “Eu sugiro a todos os criadores de porcos que invistam na preservação do meio-ambiente porque vale a pena”.