A revista Época, distribuída no dia 3 de agosto, trouxe em sua matéria de capa “Gordura sem medo” a conclusão dos mais consistentes estudos científicos que derrubam o “dogma” contra o consumo de gordura na alimentação. A matéria indica os grupos alimentares necessários para a saúde. As fontes de gorduras recomendadas são as carnes, como a carne suína que é rica em vitaminas e tem um dos menores índices de colesterol, além dos ovos, o leite, os laticínios e as castanhas.
A publicação tem base no livro “Big Fat Surprise”, de grande repercussão nos EUA e Europa, ao comprovar que o “vilão” da saúde é o excesso de carboidrato, os alimentos industrializados e o sedentarismo e não a gordura. Como diz o subtítulo: “Novas pesquisas reabilitam a manteiga, o torresmo, o ovo – e outras tentações deliciosas que os médicos mandam evitar”.
A reportagem da Época se alinha a várias outras revistas como a Time, Veja, The New York Daily News e explica que a fobia contra a gordura surgiu a partir das teses de um biólogo e patologista americano chamado de Benjamin Keys em 1952. Segundo ele, os países com maior consumo de gordura tinham maiores índices de problemas cardíacos.
Mas o livro da jornalista americana Nina Teicholz, lançado em abril passado, esmiúça a história da gordura na alimentação ocidental com base em pesquisas, números e fatos, para defender uma tese provocativa: a gordura foi injustamente condenada.
Primeiro, a jornalista aponta a falhas na pesquisa de Keys, que escolheu sete países favoráveis à sua conclusão e deixou de fora outras nações com alto consumo de gordura e baixos índices de problemas cardíacos, como a França, Suécia, Dinamarca ou Noruega e outros.
Ela lembra que outro pesquisador, em 1957, fez pesquisa similar em 22 países e concluiu não haver conexão entre os dois. Mais uma crítica ao estudo de Keys está no fato de que ele apenas traça uma relação estatística entre os dois fenômenos e não prova que um é consequência do outro.
Em seguida, a jornalista mostra que a retirada da gordura da dieta pelo medo criado por Keys terminou por elevar o consumo de carboidratos que, aliado ao sedentarismo, gerou uma “epidemia” de obesidade e problemas cardíacos. Então, a pergunta: “Se os americanos comiam mais açúcar, pão branco e assistiam mais TV. Por que a gordura deveria ser a principal culpada?”
A reportagem elenca vários e consistentes estudos que provam o contrário bem como o depoimento de autoridades no assunto, até mesmo médicos que mudaram de opinião, para fazer o contraponto e proclamar a “redenção” da gordura já que “nenhum alimento, isoladamente, pode ser acusado de causar doenças”.
A revista chega a afirmar que o importante é “comer comida de verdade” e fugir dos processados. O único ponto de vista negativo é a relação entre gordura saturada e altos níveis de colesterol, apontada por um cardiologista. No entanto, estudos mais completos demonstram que reduzir a gordura (saturada ou não) na dieta não traz nenhum benefício cardiovascular.
A matéria ainda indica os grupos alimentares necessários para a saúde. As fontes de gorduras recomendadas são as carnes, como a carne suína que é rica em vitaminas e tem um dos menores índices de colesterol, além dos ovos, o leite, os laticínios e as castanhas.