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Saúde Animal

São Paulo cria Programa Estadual de Saúde Avícola

Visando eventos internacionais, representantes da iniciativa pública e privada criam grupo para prevenir e fiscalizar possível entrada de agentes patógenos.

São Paulo cria Programa Estadual de Saúde Avícola

Um grupo para atuar na prevenção da entrada de doenças no país, em função da crescente visitação de turistas estrangeiros, foi criado com o objetivo de aumentar a proteção à avicultura de São Paulo. Formado por representantes da cadeia produtiva, pesquisadores e profissionais da saúde, a iniciativa representa uma união entre os poderes público e privado para estabelecer e executar a fiscalização da qualidade sanitária do plantel paulista.

Com o país sediando eventos internacionais, como a Copa do Mundo no ano que vem e os Jogos Olímpicos em 2016, a preocupação é prevenir a entrada de agentes patógenos. Para isso, o grupo de trabalho de defesa sanitária avícola e saúde pública que vai apresentar propostas de trabalho em reuniões periódicas a fim de estabelecer e executar medidas de educação e fiscalização visando a manutenção da qualidade sanitária do plantel avícola paulista.

O Trabalho – Aprimorar os sistemas de vigilância em portos, aeroportos, rodovias e correios faz parte da estratégia. “Estamos trabalhando em um programa de prevenção um pouco mais abrangente ao que já adotamos com sucesso em 2005, para evitar a chegada da influenza aviária nos plantéis brasileiros”, destacou o médico veterinário e Coordenador da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Heinz Hellwig.

A produção de cartilhas informativas, folders, cartazes e vídeos para divulgação em portos e aeroportos estão previstas pelo grupo, que trabalha no desenvolvimento de um modelo de protocolo e plano de contingência, com veterinários que vão trabalhar em uma possível contenção, preparados e protegidos por profissionais da saúde.

Em uma primeira avaliação, o grupo apontou aeroportos e portos como os locais de maior risco de entrada de agentes patológicos e a necessidade de intensificar as ações de fiscalização.

Riscos – Foi indicado como coordenador do grupo o médico veterinário e fiscal da Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo, Fernando Buchala. Ele lembrou que foi através do aeroporto internacional do Rio de Janeiro que houve a entrada de um foco de peste suína africana no Brasil em 1978. “Foi através da sobra de alimentos de um avião que veio de Portugal”, alertou o pesquisador, que também destacou o trânsito marítimo de cargas e pessoas, as importações de produtos biológicos, o contrabando de aves e as aves migratórias como fatores de risco.

O médico veterinário e Diretor da Associação Paulista de Avicultura (APA), José Roberto Bottura, ressaltou que as ações no Estado devem contemplar não apenas a avicultura industrial, como também a familiar. “Este plano de trabalho, o Programa Estadual de Sanidade Avícola, deve beneficiar toda a produção de aves do Estado. E, entre as medidas tomadas está a proibição de visitas em granjas”, alerta.

Impacto – Buchala apresentou, durante a reunião, números do impacto social e econômico da Influenza Aviária em alguns países. Uma epidemia da cepa H5N1 na Ásia levou a morte 371 pessoas em 622 casos desde 2003.

Um levantamento sobre os surtos das mais variadas amostras de Influenza Aviária na Ásia e na Europa estima que os prejuízos totais, diretos e indiretos, ultrapassem a casa do meio bilhão de euros.

Segundo avaliação do grupo, uma possível contaminação, pelo vírus da Influenza Aviária, em São Paulo afetaria dramaticamente toda a avicultura brasileira. “O Estado de São Paulo é estratégico porque abriga a produção de avós de grandes indústrias, além de incubatórios e todas as casas de genética”, alerta o pesquisador e Diretor do Instituto Biológico de Descalvado, o interior de São Paulo, Guilherme de Castro.

O grupo de trabalho do Programa Estadual de Sanidade Avícola vai trabalhar especialmente na prevenção das cepas de alta e baixa patogenicidade da Influenza Aviária e Doença de Newcastle, entre várias outras. A iniciativa é formada por representantes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Associação Paulista de Avicultura (APA), União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Instituto Biológico, Sindicato Rural de Bastos e Coesa.