Santa Catarina, único Estado com status de área livre de febre aftosa sem vacinação, pediu ao Ministério da Agricultura que mantenha a certificação independente do resto do País, que se prepara para também deixar de imunizar o rebanho, conforme o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa).
“O nosso status sanitário diferenciado é um patrimônio catarinense, que deve ser preservado. A conquista da certificação internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação custou muito esforço e uma dedicação enorme de todo o setor produtivo catarinense”, disse em nota o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.
Com início previsto para 2019, o Pnefa prevê que a vacinação contra febre aftosa seja suspensa gradativamente no Brasil, separando os estados em cinco blocos. Para efeito de discussão técnica, Santa Catarina faz parte do bloco V – junto com Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Santa Catarina já tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) desde 2007.
Conforme a secretaria de Agricultura, a separação de Santa Catarina garante que, em caso de ocorrência de febre aftosa em outro estado, a certificação internacional catarinense não seja afetada. Nessa situação, o estado continuaria autorizado a exportar os produtos de origem animal porque se manterá como uma zona à parte do restante do país. A posição do agronegócio catarinense foi defendida durante o Fórum de Prevenção à Febre Aftosa, realizado na terça-feira (18/12/ em Florianópolis.
Ainda conforme a secretaria, a retirada da vacinação em outros estados demandará investimento ainda maior na defesa agropecuária catarinense. “Atualmente, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além disso, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados, sendo proibida a entrada de bovinos provenientes de outros Estados.”