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Seara fará mais demissões em SC por causa da Influenza Aviária

<p>Ainda não há dados exatos sobre o número de postos que serão fechados, mas fala-se em 150 a 300 pessoas dispensadas, com fechamento do terceiro turno da unidade. </p><p></p><p></p>

Redação (26/05/06) – A Seara, controlada pela Cargill, abriu no fim da semana passada um plano de demissão voluntária (PDV) na sua unidade da cidade de Seara, no oeste catarinense, segundo informações recebidas pela Federação dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia do Estado de Santa Catarina (Fetiaesc).

A companhia não confirmou o PDV, mas admitiu o fechamento do terceiro turno. Segundo a assessoria de imprensa da Seara, a medida tem relação com um “replanejamento e redistribuição da produção em suas unidades espalhadas pelo país”. Parte dos funcionários do terceiro turno, voltado ao abate de frangos, será transferida para processamento de suínos.

A Fetiaesc recebeu a notícia sobre o PDV na sexta-feira e se surpreendeu. Luiz Medeiros Maria, presidente da federação, avaliava que o cenário para os trabalhadores havia melhorado porque não havia rumores de mais demissões no setor. “Acreditávamos que a parte mais pesada havia passado”.

Antes de recorrer ao PDV, a Seara já tinha tomado outras medidas para reduzir a produção como férias coletivas e demissões de 300 pessoas entre fevereiro e março deste ano, na unidade de Forquilhinha. Os trabalhadores acreditam que a razão para o PDV ainda seja a queda nas exportações de aves por conta do temor da gripe aviária em países importadores.

Santa Catarina, segundo maior produtor de frangos do país, desde o início do ano reduziu a produção de aves em cerca de 20%, segundo o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado (Sindicarnes-SC). Quando aumentaram as notícias de casos de gripe aviária na Europa, empresas como Perdigão, Seara e Aurora deram férias coletivas em unidades do Estado. Na Macedo, localizada em São José (SC), 250 funcionários aderiram a um plano de demissão voluntária.

Para Ricardo Gouvêa, diretor do Sindicarnes-SC, as novas demissões mostram que a produção ainda não está ajustada ao atual mercado consumidor, na visão das indústrias. Ele diz que mais férias coletivas e outras medidas como cortes de funcionários não estão descartadas.

A Macedo, no entanto, informa que ainda não estuda mudanças. Jóster Macedo, presidente da empresa, acredita que o mercado já tenha se ajustado e que não será preciso férias coletivas ou novas demissões. Já o presidente da Aurora, José Pedrozo, afirma que o cenário era mais positivo há alguns dias, antes da queda de preços que mais recentemente se viu em São Paulo. Por conta disso, a Aurora vai continuar operando com “certa ociosidade” nas suas unidades de produção de frangos e dará férias coletivas em Erechim (RS), como continuidade a seu programa de redução de 20% da produção.