A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) vê necessidade “urgente” de expansão do seguro rural para o cereal, em meio a episódios de seca no Sul do país e excesso de chuvas que causaram enchentes em outros Estados produtores, disse a entidade em nota nesta terça-feira.
De acordo com a associação, o milho conta com apenas 10-15% de sua área segurada no Brasil.
A seca gerou uma quebra nas safras de milho verão no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e em áreas de Mato Grosso do Sul, por efeito do fenômeno climático La Niña.
Já Minas Gerais, Tocantins e sul do Maranhão enfrentaram enchentes.
“O quadro atual, que ilustra a intensificação das mudanças climáticas, uma vez mais, reforça a necessidade urgente de expansão do seguro rural”, disse a Abramilho.
Para o presidente institucional da entidade, Cesario Ramalho, houve avanços no orçamento federal destinado à subvenção de seguro rural nos últimos anos, mas o valor ainda está muito aquém do satisfatório.
Ele ainda disse, segundo a nota, que os recursos do programa sofrem com rotineiros contingenciamentos, o que prejudica o acesso do produtor.
“Ou seja, além de insuficiente, a verba ofertada não chega no tempo certo à ponta final, o que é crucial para a atividade agrícola. O seguro rural é tradicionalmente caro em todo o mundo e a subvenção, presente nos principais países produtores, é um mecanismo de gestão de riscos que o Brasil não pode prescindir.”
Ele ainda disse que o avanço de produtos e serviços privados, aliados à tecnologia, pode ter impacto positivo para baratear o valor do prêmio das apólices, e contribuir para expansão do mercado.