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Seguradoras ampliam oferta voltada ao segmento agrícola

<p>Algumas das principais seguradoras do País iniciam um movimento de lançamento ou retomada de produtos exclusivos para o segmento rural. Segundo dados do último Plano Agrícola e Pecuário, divulgado pelo Ministério da Agricultura na semana passada, apenas 2,4% da área plantada no Brasil é coberta por seguros.</p>

Redação (05/07/07) – A Mapfre é uma das seguradoras que já atuam no segmento rural no Brasil. A empresa trabalha com cobertura de grãos, hortaliças e frutas e movimentou prêmios de R$ 19 milhões no ano passado com esta modalidade de apólice. Nas atividades que envolvem a cultura de cana-de-açúcar, há a perspectiva de crescimento na casa dos 30% para 2007. A seguradora conta com prêmios consolidados que ultrapassam R$ 3 milhões com a cadeia que envolve o plantio desse produto, considerando o período de janeiro ao início de julho deste ano.

De acordo com Cristina Ribeiro, gerente de seguros agrícolas da Mapfre, a expectativa é crescer 20% em prêmios com operações de seguros rurais neste ano.

"Não havia a difusão da cultura de seguros pelo interior do país. O produtor não via lavoura e safra como bens. Existia, por parte do governo, um costume de prorrogar as dívidas desses produtores quando havia a ocorrência de um sinistro. Isso mudou. As subvenções governamentais vieram acompanhadas de uma política de fomento para o setor. Para este ano, o governo reservou algo como R$ 100 milhões para apoiar a atividade de seguros agrícolas. No ano passado eram R$ 42 milhões e, em 2005, 10 milhões", exemplifica Ribeiro.

A AGF é outra seguradora que espera crescer nesse segmento. A expectativa é de, nos próximos cinco anos, aumentar os negócios em cerca de 15%. A empresa já operava na área de seguros para máquinas agrícolas, na qual movimentou R$ 50 milhões em prêmios no ano passado. Nesse segmento, a AGF cobre aproximadamente 70 mil unidades. A seguradora foi buscar inspiração nos modelos de Espanha e Estados Unidos, países cujos governos também subsidiam o seguro rural, para desenhar um produto com o perfil do mercado brasileiro. O modelo é dedicado às usinas de cana-de-açúcar e, no ano passado, quando operava de forma experimental, movimentou cerca de R$ 1,5 milhão.

"O etanol é algo que irá ter crescimento explosivo, pela própria demanda do mercado. Atualmente, a usina de álcool é o nosso principal produto assegurado nesse segmento, além do canavial. Este ano também ampliaremos as apólices que cobrem a plantação de algodão em São Paulo e, principalmente, no Mato Grosso do Sul. Isso sem contar as culturas de soja e milho", detalha o superintendente de seguros agrícolas da AGF, Luiz Carlos Meleiro. De acordo com Meleiro, o esforço do Ministério da Agricultura tem sido decisivo para que as empresas tenham a segurança necessária para atuar no segmento.

"Entendemos que a política de subvenção governamental é, nesse caso, algo que deve ser adotado como uma política de Estado. Essa espécie de seguros é muito específica e a AGF, por exemplo, teve de montar uma equipe que conta com cinco engenheiros agrônomos. São dois anos de investimentos, o que demonstra o quanto apostamos no crescimento do mercado de seguro rural, uma vez que, em 2005, quando estudávamos iniciar operações, a área plantada coberta por seguro era ainda menor, de1% . Dobrou e ainda é irrisória, o que dá idéia do imenso potencial de crescimento", explica o executivo.

Outra das empresas que não quer ficar alheia às potencialidades do segmento rural é a Porto Seguro. A seguradora lançou na última semana uma apólice cujo objetivo é a proteção contra sinistros com ocorrência de queda de granizo em plantações de frutas como caqui e pêssego. Tratam-se de culturas muito sujeitas a essa espécie de evento. A Porto Seguro vislumbra boas possibilidades de ampliar sua cobertura no segmento de seguros rurais.

"Procuramos antecipar esse movimento e desejamos ampliá-lo", explica Adilson Pereira, diretor de ramos elementares e transportes da empresa.