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"Seguro rural é a única solução para a crise hídrica", afirma diretor da SNA

Em época de estiagem e altas temperaturas no Brasil, a melhor ferramenta para a gestão agrícola é o seguro rural.

Em época de estiagem e altas temperaturas no Brasil, a melhor ferramenta para a gestão agrícola é o seguro rural. A afirmação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Helio Sirimarco.

Para ele, o seguro contratado – ao contrário do que se verifica hoje – precisa oferecer uma boa relação custo/benefício. “Nos Estados Unidos, o produtor tem a garantia de cobertura em até 90%, e em alguns casos, em até 100%. Ora, por que não copiamos, com as devidas adaptações, um modelo que já deu certo lá fora?”, questiona Sirimarco, citando que a contratação de seguro em Goiás, por exemplo, abrange 825 mil hectares, o que representa apenas 14% da área total do estado.

Em recente declaração à imprensa, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner, reconheceu que o atual seguro ainda não atende de forma adequada o produtor e também defendeu a adoção do modelo americano.

Safra irregular

Opiniões à parte, o certo é que, devido ao comportamento do clima, a tendência para este ano será de uma safra irregular.

“Apesar da ocorrência de chuvas nos últimos dias, os volumes foram insuficientes para normalizar a umidade do solo em pontos do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, e os prejuízos já começam a ser contabilizados”, afirma o diretor da SNA.

Segundo ele, partes do norte de Mato Grosso receberam menos da metade do volume normal de chuvas em janeiro, em contraste às chuvas acima da média no Rio Grande do Sul. Já a seca em Goiás, um dos principais produtores de grãos do Brasil, pode quebrar a safra em até 15%, trazendo perdas de R$ 1.2 bilhão, segundo informação da FAEG.

A projeção mais recente do Ministério da Agricultura, que ainda não leva em conta os efeitos da seca de janeiro no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil, aponta para uma produção de 9.9 milhões de toneladas de soja em Goiás na atual temporada – um aumento de 10% em relação a 2013/14.

Previsões
E o que podemos esperar em curto prazo? Considerando a análise de metereologistas, Helio Sirimarco concorda que as chuvas previstas para as próximas duas semanas devem ajudar a aliviar o estresse hídrico nos cinturões de café, cana-de-açúcar e grãos do Brasil, que têm sofrido com o tempo seco e quente.

No entanto, as previsões mostram que os dois maiores estados produtores de café, Minas Gerais e Espírito Santo, enfrentam grandes déficits hídricos neste final de janeiro, que é normalmente o mês mais chuvoso do ano para o Sudeste.

Ainda assim, as principais regiões de café e cana foram mais favorecidas pelas chuvas das últimas semanas do que em janeiro de 2014, quando uma seca muito mais intensa levou a uma forte redução de produtividades na safra passada.