A escolha feita pelo futuro diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, de seus quatro diretores-adjuntos foi bem recebida na cena comercial em Genebra. Azevêdo, que toma posse dia 2 de setembro, anunciou no sábado a nomeação de representantes dos Estados Unidos, União Europeia, China e Nigéria como diretores-adjuntos nos quatro anos de mandato.
Não há surpresas. No caso da China, maior nação comerciante do planeta, estava praticamente acertado que qualquer que fosse o novo diretor da OMC, Pequim teria um diretor-adjunto, substituindo a Índia na direção da entidade como representante da Asia. Quanto as escolhas de americano e europeu, isso faz parte da tradição na OMC, pelo peso dos dois gigantes no comércio internacional. A África, igualmente, tem seu posto na divisão geográfica.
O que faltava definir eram os nomes desses diretores-adjuntos, em consultas com países-membros. Azevêdo deu prioridade a pessoas que conhecem profundamente o sistema multilateral e os detalhes do funcionamento da entidade. No caso da China, o escolhido foi o atual embaixador de Pequim na OMC, Yi Xiaozhun. Ele é visto como diferente do burocrata chinês tradicional e “faz até piada”, conforme uma fonte.
Pelos EUA, foi escolhido o numero dois da missão americana junto à entidade, David Shark, com enorme conhecimento do sistema multilateral. O embaixador da Nigéria,Yonov Frederick Agah, é um dos facilitadores em alguns temas da negociação global de liberalização.
Pela Europa, o indicado foi o alemão Karl-Ernst Brauner, chefe do Departamento de Economia e Tecnologia do Ministério da Economia da Alemanha. Estão assim representados no comando da OMC as principais nações comerciantes – China, EUA e Alemanha –, além de uma das grandes economias africanas, a Nigéria.
Azevêdo anunciou também seu chefe de gabinete e, portanto, seu principal conselheiro. Será outro nome conhecido em Genebra, Tim Yeend, embaixador da Austrália junto à OMC nos últimos três anos, conhecido por um estilo também consensual.
Na cena comercial, as reações foram favoráveis. A avaliação é que Azevêdo formou uma boa equipe, capaz de ajudar na busca de consensos. Michael Froman, principal negociador comercial dos EUA, divulgou comunicado, dizendo que o momento é importante para o futuro das negociações comerciais multilaterais e que a equipe experiente escolhida terá um papel importante no esforço para reforçar o sistema, com novas abordagens para as negociações e para a governança do comércio internacional.