O Senado volta a analisar os vetos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto do marco temporal nesta terça-feira, 31 de outubro. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), expressou sua preocupação com a abordagem do governo federal em relação a esse projeto, que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
Lupion observou que o governo optou por confrontar o projeto, apesar da clara manifestação da vontade da população na votação realizada na Câmara dos Deputados e no Senado. Ele acredita que essa abordagem pode ganhar o apoio de sua base, mas ao mesmo tempo, gera conflitos com o restante do Congresso.
A FPA está empenhada em derrubar os vetos presidenciais ao marco temporal e mantém sua reivindicação em uma sessão conjunta do Congresso. A frente conta com a maior bancada do Congresso, composta por 374 parlamentares. Pedro Lupion também destacou a falta de diálogo em relação a questões econômicas, apesar das conversas com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Lupion citou exemplos de desacordo, como a não inclusão da emenda das garantias no projeto do Carf, a inserção de alterações nos Fiagros no projeto de lei das offshores e fundos exclusivos votados na quinta-feira, além da promessa de suplementação do orçamento do seguro rural abaixo do valor previsto.
“Nossas expectativas em relação ao seguro não foram cumpridas. Precisamos de R$ 1,5 bilhão, e estão anunciando apenas R$ 500 milhões nas entrelinhas. Isso ajuda, mas não resolve o problema”, afirmou.
Até o momento, as negociações com a base governista sobre a avaliação dos vetos presidenciais relacionados ao projeto do Carf e ao arcabouço fiscal não estão progredindo de acordo com o presidente da bancada do agronegócio.