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9º dia de greve

Setor avícola está entre mais afetados por paralisação

No Paraná, maior produtor de carne de frango, 2,3 milhões de aves estão deixando de ser abatidas diariamente

Setor avícola está entre mais afetados por paralisação

O setor da avicultura brasileira está entre os mais afetados pela paralisação dos caminhoneiros, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Além dos problemas que já afetavam a cadeia produtiva, como o embargo da União Europeia à carne de frango, os produtores agora lidam com a escassez de alimentos para abastecer as aves e a redução dos abates.

“Ainda que este seja um setor integrado, as negociações envolvendo o frango estão travadas”, afirmam os analistas. De acordo com o Cepea, muitos frigoríficos estão parados diante da falta de insumos, enquanto outros reduziram o abate devido à falta de espaço nos estoques, que não estão sendo escoados.

Colaboradores do Cepea indicam que têm alimentos para os animais até o meio desta semana e, por isso, muitos têm racionado a alimentação – cenário que deve reduzir a produtividade. Em cooperativas consultadas pela Avicultura Industrial, a informação é de que os animais estão recebendo alimentação reduzida também por esse motivo. É que, se os animais receberem a mesma quantidade de alimentos do período anterior à greve de caminhoneiros, passarão do peso comum para o abate. Em um dos casos, as aves já estão com um quilo a mais do que habitual.

Impacto em números

No estado do Paraná, maior produtor de carne de frango do País, até o fim da manhã desta terça-feira (29), segundo o Sistema Ocepar, 25 unidades frigorificas estavam com atividades suspensas. O problema atinge até mesmo as maiores cooperativas, como Copacol, C. Vale, Lar e Copavel.

Como resultado disso, 2,3 milhões de aves estão deixando de ser abatidas diariamente, conforme cálculos do Sistema Ocepar. Até que a paralisação seja contornada, pelo menos 50 mil funcionários estão temporariamente dispensados.

De acordo com o Cepea, o setor avícola é fortemente dependente do mercado internacional – quase 35% da produção brasileira da proteína é exportada – e o mercado enfrenta embargo por parte de um importante comprador, a União Europeia. Desse modo, “o atual contexto pode dificultar os recentes avanços em acordos estabelecidos com outros países demandantes da carne”.