O setor suíno francês, após duas décadas de retração, começa a dar sinais de uma leve recuperação. Em setembro de 2024, foram abatidos 1,863 milhão de suínos no país, uma queda de apenas 0,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do escritório estatístico Agreste. Nos primeiros nove meses deste ano, o abate somou 16,4 milhões de animais, apenas 0,2% a menos do que no mesmo período de 2023, revelando uma estabilidade promissora no setor.
Apesar do histórico de redução significativa, com uma média de declínio anual de 0,8% desde 2003, os números de 2024 são menos sombrios. Em 2023, a produção suína francesa caiu 5%, um resultado pior que o de 2022, que registrou uma queda de 2,2%.
Mudanças no Peso da Carcaça e Compensação Parcial
Um dos pontos positivos recentes foi o aumento no peso médio das carcaças, que subiu 6 quilos nos últimos 20 anos, passando de 87,9 kg para 93,9 kg. Essa melhoria é atribuída a períodos de engorda mais longos e ao desenvolvimento de novas técnicas de manejo, segundo o Agreste, compensando parcialmente o declínio no número de animais.
Queda na Autossuficiência e Impacto nas Exportações
A queda no número de suínos resultou em uma autossuficiência reduzida no país. Entre 2020 e 2022, a França passou de uma autossuficiência de 107,3% para 100%, chegando ao ponto de equilibrar consumo e produção interna sem excedentes. A redução no rebanho afetou também a capacidade de exportação: em agosto deste ano, a exportação de carne suína totalizou 44.500 toneladas, uma diminuição de 10,5% em relação ao mesmo mês de 2023 e 12,7% abaixo da média dos cinco anos anteriores.
Para o setor, o déficit de 2.400 toneladas na balança comercial de carne suína evidencia a vulnerabilidade que a redução do rebanho traz à França, que ainda valoriza fortemente a produção local. Essa situação, no entanto, desafia o país a encontrar soluções para manter a autossuficiência e competitividade do setor.
Fonte e referência: Pig Progress