Pela primeira vez, em cinco décadas de existência da Ocepar, os três senadores do Paraná, Alvaro Dias, Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, estiveram em visita à sede da entidade, em Curitiba. Os parlamentares foram recebidos na última sexta-feira (02/09) pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, pelos superintendentes Robson Mafioletti, da Ocepar, e Nelson Costa, da Fecoopar, e gestores.
Ricken apresentou aos senadores uma proposta que vem tomando corpo no meio empresarial paranaense, que é a criação de um fundo específico de fomento ao desenvolvimento da Região Sul. “Propomos a criação do Fundesul, Fundo de Desenvolvimento da Região Sul, semelhante a outros fundos de desenvolvimento, como é o caso do FCO (Financiamento do Centro-Oeste), um fundo de crédito criado pela Constituição Federal de 1988, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social da Região Centro-Oeste do país. Creio que temos espaço neste momento do debate político para trazermos esta proposta aos senadores”, frisou o dirigente cooperativista. Os três senadores manifestaram apoio à ideia e disseram que irão se aprofundar neste tema para viabilizá-lo.
Ricken também aproveitou para fazer uma rápida apresentação aos senadores sobre o Programa de Educação Política do Cooperativismo Paranaense: parana.coop+, que tem por objetivo conscientizar cooperados, funcionários e familiares para que participem dessas eleições, conhecendo o perfil dos candidatos e, assim, possam escolher aqueles que irão defender o cooperativismo no Congresso Nacional na próxima legislatura. “Quem apoia o trabalho em defesa das demandas cooperativistas, merece nosso voto de confiança. O voto é nosso instrumento para fortalecer a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e, com ela, defender as demandas do cooperativismo no Congresso Nacional. Por isso, queremos valorizar aqueles que nos apoiaram”, frisou.
O presidente do Sistema Ocepar destacou o apoio dos três senadores às pautas do setor no Congresso Nacional e que a visita reforça o interesse da bancada paranaense no Senado pelo cooperativismo. A intenção desta aproximação, segundo Ricken, é formar uma base do Paraná no Congresso Nacional com a eleição de pelo menos 15 parlamentares comprometidos com as demandas do cooperativismo em Brasília, seja na Câmara ou no Senado.
Ricken, que também integra a diretoria da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), aproveitou a oportunidade para entregar aos três senadores um documento com as principais demandas nacionais do cooperativismo para a próxima legislatura, intitulado “Por Um Brasil Mais Cooperativo”. O documento foca em cinco principais ações: 1. Cooperativas como protagonistas de uma nova economia; 2. Cooperativismo como modelo econômico do desenvolvimento sustentável; 3. Cooperativas em prol de cidades e comunidades mais prósperas; 4. Construindo o futuro do trabalho pela cooperação e 5. Bases estruturantes para impulsionarmos o Brasil.
O senador Flávio Arns disse que todas as pautas do cooperativismo no Senado tem a participação conjunta dos três senadores paranaenses que integram o partido Podemos: “sempre votamos juntos, especialmente nas demandas a favor do setor cooperativista, sempre orientados pela Ocepar e pela OCB”. Ele ressaltou que o Paraná é exemplo para o Brasil e para o mundo quando se fala em cooperativismo. “Sempre quando alguém quer conhecer ou falar sobre cooperativismo, vem ao Paraná para conhecer a força deste sistema, que gera empregos e desenvolve as pequenas comunidades através da organização das pessoas”. Ele lembrou uma fala de Dom Evaristo Arns, que “o povo organizado e com canais políticos, criam comunidades de base. É isto que estamos presenciando aqui no Paraná com mais uma iniciativa pioneira de mobilizar sua base em torno do debate de um Programa de Educação Política.”
Já o senador Oriovisto Guimarães disse que participou do Programa de Educação Política liderado pela Ocepar em 2018. “Na época, a ideia era impactar cerca de 1 milhão de pessoas no Paraná. Hoje vejo que o Programa tomou corpo e avançou, dobrando a meta para 2 milhões de pessoas. Posso dizer que a minha eleição para o Senado teve reflexos neste programa. E, quando uma entidade como a Ocepar, que não é um órgão partidário, que não está ligada a nenhum partido, mas está ligada aos objetivos e resultados que os parlamentares trazem para o Paraná, e se pronuncia, treina pessoas para ter conhecimento sobre como é que está o país está sendo administrado, isto tudo viabiliza a participação direta da cidadania e isso é o que de melhor pode acontecer com o Brasil: cidadão consciente, sabendo em quem vota e porque vota”. Oriovisto ainda ressaltou “que este encontro histórico, com três senadores presentes no Sistema Ocepar, demonstra a importância que o cooperativismo representa para o desenvolvimento do país. O cooperativismo é a base da economia paranaense e temos muito ainda que aprender com o sistema”, frisou.
O senador Alvaro Dias, líder da bancada no Senado, agradeceu a oportunidade em poder conhecer melhor o Programa de Educação Política e fez uma retrospectiva de quando foi governador do Paraná, de 1987 a 1991, destacando as ações na área do campo, com a criação do Paraná Rural, onde o sistema de microbacias foi modelo de cultura sustentável no Brasil. “Se hoje as cooperativas paranaenses são modelos do agronegócio sustentável no país, eu me sinto integrado neste sucesso pelo nosso Paraná Rural, que começou há pouco mais de três décadas”, disse Dias. O senador também concorda com seus colegas de que o cooperativismo é um modelo exitoso no Paraná. “É a força motriz do nosso desenvolvimento, o que seria do Paraná sem a presença das cooperativas, de suas agroindústrias e de sua atuação nos mais diferentes segmentos sociais e econômicos do Paraná”, disse. O senador elogiou o Programa de Educação Política, “é uma iniciativa importante e, com ela, não só o cooperativismo será beneficiado, mas toda a sociedade. Sou um ardoroso defensor do setor e nenhum outro segmento tem contribuído tanto com nosso desenvolvimento como as cooperativas e pude acompanhar, como governador e como senador, este crescimento”, frisou.