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Embrapa

SRB indica dois nomes para presidência da Embrapa

Presidente da entidade, Cesário Ramalho, se diz preocupado com o futuro da pesquisa no Brasil.

SRB indica dois nomes para presidência da Embrapa

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) indicou, a pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dois nomes para ocupar o cargo de presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa), vago desde a última segunda-feira (1/10), após o pedido de exoneração de Pedro Arraes. São eles, Alberto Duque Portugal, que presidiu a instituição entre 1995 e 2003 e José Vicente Caixeta Filho, diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq). “A Embrapa tem que continuar a ser administrada por pesquisadores. Estamos muito preocupados e empenhados em manter o caráter cientifico da entidade”, diz Cesário Ramalho, presidente da SRB.

A preocupação se deve justamente à saída de Arraes da instituição por desgaste interno devido às ações da Embrapa Internacional. “O Pedro Arraes é um pesquisador profundo, altamente comprometido com o setor, assim como era o Silvio Crestana, presidente que antecedeu o Arraes. A estatal deve manter este viés”, avalia Ramalho.

A situação atual da Embrapa, somada expectativa de corte de 17% no orçamento da defesa agropecuária para 2013 e de 24,6% no orçamento da Conab comprometerá setores que são estratégicos para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Na área de defesa, o orçamento menor pode comprometer os investimentos em sanidade dos rebanhos. Já a redução prevista na Conab deve comprometer a construção de novos armazéns.

O presidente da Embrapa pediu demissão após longas discussões em torno da Embrapa Internacional, que nasceu para captar recursos no mercado externo. Apesar de o orçamento da entidade para 2013 não ter sido reduzido, devendo somar R$ 493,9 milhões (em comparação com os R$ 491,6 milhões de 2012) a necessidade de investimentos na área de pesquisa tem crescido muito rápido devido o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, que é referencia mundial em agricultura tropical, e uma das alternativas vistas por Arraes, que era buscar recurso fora do país, não tem sido aprovada pelo conselho administrativo da entidade.

“A Embrapa não pode ser politizada”, diz Ramalho. A situação na qual se encontra a estatal é vista com grande preocupação pelo setor. Além de ter sido afastada das discussões em torno do novo Código Florestal Brasileiro, a empresa vem perdendo participação nas pesquisas agropecuárias. “A entidade mantém 50 doutores na área ambiental que não participaram da construção do código florestal. E a empresa, que já deteve 40% da genética da soja, hoje está apenas com 4% deste mercado”, lamenta Ramalho.