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Suinocultor mostrou a sua cara para o Brasil

<p>Os suinocultores não querem esmola, apenas que tenham condições dignas de trabalho, fala Souza</p>

Redação (26/05/06) – Avaliando a realização do Fórum da Suinocultura que ocorreu no dia 24 de maio em Brasília, o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, foi enfático em afirmar: O suinocultor teve a oportunidade de mostrar a sua cara ao Brasil.

No evento, Wolmir de Souza foi relator do debate sobre Meio Ambiente, mostrando a realidade em SC e no Brasil, apontando as principais prioridades e buscando soluções para o problema. Entre elas, os questionamentos levantados no Fórum Catarinense da Suinocultura, como os parlamentares tomarem conhecimento da real situação dos suinocultores de Santa Catarina e dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos com o Termo de Ajustamento de Condutas da Suinocultura e unificar o discurso. A liberação de recursos para adequação das propriedades é uma solicitação que já se arrasta por mais de um ano e ainda não há resposta positiva final, mesmo que já tenha sido aprovado pela Câmara Setorial, além de que a tecnologia dos créditos de carbono seja mais acessível a todos os produtores, entre outros. Ainda foram discutidos assuntos referentes a Sanidade, Mercado Interno e Externo e Marketing.

Wolmir de Souza pediu a concessão de uma linha de crédito para projetos de adequação ambiental do setor, com juro zero e prazo de pagamento em dez anos. Souza observou que, em alguns estados, só o custo para obter a licença chega a R$ 15 mil. Ele também pediu que os órgãos de licenciamento tornem mais ágil a expedição dos papéis. A própria legislação representa outra dificuldade para o licenciamento ambiental do setor, na opinião de Souza. O criador reclamou que as normas não contemplam as especificidades regionais. Como exemplo, ele citou a exigência de reserva legal de 20% da propriedade, o que considera inadequado para a região Sul, que concentra pequenas propriedades. O Líder classista comentou que apenas 8,3% dos produtores têm licença ambiental. A maioria – 87,4% – não tem instalações adequadas para obtê-la.


A importância do Fórum

Souza destacou que os setores somente são lembrados com mobilização e pressão, neste sentido, os parlamentares passaram pela casa onde estava ocorrendo o Fórum, mas estavam preocupados também com as paralisações que os agricultores faziam simultaneamente em diversas partes do Brasil, buscando reivindicações. Foi importante para mostrarmos a realidade da nossa atividade, fortalecer o trabalho e mostrar a nossa força, o que muita gente não conhecia, ressaltou.

Este foi o primeiro evento de aproximação entre parlamentares e suinocultores de todo o Brasil e foi sugerido que o setor deve ter maior representatividade dentro Câmara dos Deputados, elegendo seus representantes e direcionando os votos, para que tenha alguém que defenda a suinocultura. Também foi unânime entre os Estados, que o Governo Federal busque resolver as diferenças com a Rússia, para que sejam liberadas as exportações de carne suína de Santa Catarina para aquele país, porque todos são sabedores que o nosso estado é o maior produtor de suínos e tem excelência em sanidade e não tem porquê ficar embargado, destacou o presidente da ACCS.

Wolmir de Souza ressaltou a forte representatividade de Santa Catarina no evento, que mesmo sendo um dos estados mais distantes da Capital Federal, havia dois ônibus, ou seja, 74 suinocultores catarinenses presentes no evento, isso é fruto da nossa organização, da nossa credibilidade e da importância que tem suinocultura na economia do Estado e completou, destaco ainda o forte discurso do suinocultor de Joaçaba e presidente do Núcleo Regional do Vale do rio do Peixe, Antonio Ramela, que mostrou ao Brasil as dificuldades porque passa o setor hoje, destacando que os suinocultores não querem esmola, apenas que tenham condições dignas de trabalho e sejam remunerados justamente pelo seu trabalho, finalizou Souza.