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Sanidade

Surtos de Influenza Aviária avançam pelo mundo

No dia 27 de abril a enfermidade atingiu dois galpões comerciais de produção avícola no norte do México deixando países da América Central em alerta

Surtos de Influenza Aviária avançam pelo mundo

A Influenza Aviária vem causando transtornos da indústria avícola mundial. Somente em 2022 mais de 40 países já reportaram surtos da doença na Europa, Ásia, América do Norte e África. Nesta semana o México reportou a Influenza aviária de alta patogenicidade do subtipo H7N3 em dois galpões comerciais de produção avícola no município de General Cepeda, Coahuila, no norte do país. Isto deixou em alerta países da América Central

A Organização Regional Internacional de Sanidade Agropecuária (OIRSA), que compreende países da América Central, emitiu um alerta regional para o risco de entrada da gripe aviária de alta patogenicidade aos países membros da entidade. “É importante notar que durante 2022 casos de HPAI H5N1 foram relatados no Canadá, que, por sua vez, se espalharam para 29 estados nos Estados Unidos”, disse a OIRSA em seu comunicado.

Para evitar a propagação da doença, a OIRSA recomenda restringir a entrada de aves provenientes de países, áreas e estabelecimentos com a presença da doença, pede também o reforço da inspeção de bagagem nas fronteiras, para detectar riscos e treinar o pessoal do serviço em quarentena nacional nas formas de transmissão da doença e as vias de risco.

A entidade recomenda também a desinfecção de contêineres que transportam produtos provenientes de países ou regiões afetadas, além de exigir a implementação de uma campanha de comunicação e divulgação de saúde com o setor produtivo local.

“Se forem observadas aves doentes ou mortas acima dos valores normais esperados, notificar imediatamente o Ministério e as Secretarias de Agricultura e os órgãos agrossanitários correspondentes”, acrescenta o documento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) os siubtipos H5N1, H5N3, H5N4, H5N5, H5N6 e H5N8 de alta patogenicidade do vírus da Influenza Aviária estão circulando em aves e populações de aves em todo o mundo, despertando preocupação na organização, que classificou a situação como “variabilidade genética sem precedentes de subtipos … criando uma paisagem epidemiologicamente desafiadora”.

Mesmo nunca detectada no Brasil, autoridades sanitárias mantém programa de biosseguridade rígido

Apesar de ser exótica em território nacional, ou seja, nunca detectada no Brasil, a influenza aviária é uma doença de distribuição mundial, por isso o Brasil como maior exportador de carne de frango, mantém um programa de biosseguridade rígido.

O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) além de estabelecer os critérios mínimos de biosseguridade a serem aplicados pelos estabelecimentos avícolas para o registro destes junto ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), também determina os procedimentos específicos de prevenção e vigilância epidemiológica para IA.   São eles:

Investigação imediata de qualquer notificação ou caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle – A vigilância passiva tem como base o pronto atendimento pelo SVO das notificações feitas por parte dos médicos veterinários responsáveis técnicos de granjas, produtores ou por qualquer pessoa que tenha conhecimento da ocorrência de mortalidade repentina de aves, associadas ou não a sintomas clínicos neurológicos ou respiratórios. Essas notificações geram investigação a campo para caracterização ou não, por parte do SVO, de uma suspeita provável de IA e DNC. Se a suspeita for caracterizada com provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, realizada investigação epidemiológica e a propriedade permanece interditada até conclusão da investigação e emissão do laudo laboratorial negativo.

Vigilância no abate das aves – Nos abatedouros frigoríficos, o critério para notificação de caso suspeito de Síndrome Respiratória e Nervosa das aves (SRN) é exclusivamente baseado na identificação de aves com sinais clínicos ou lesões (neurológicos, respiratórios ou digestórios), ou ainda a presença de aves moribundas ou mortas na plataforma de recepção, compatíveis com  SRN. Nesse contexto, o serviço de saúde animal da unidade veterinária local (UVL) dos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária (OESA) deve ser acionado para o atendimento no local e este deve avaliar se a notificação é caracterizada como suspeita descartada ou caso provável de SRN. Se a suspeita for caracterizada como caso provável, são colhidas amostras para diagnóstico laboratorial oficial, o abate do lote suspeito deve ser realizado em separado e seus produtos apreendidos cautelarmente. A investigação epidemiológica também deve ser realizada na propriedade de origem das aves, a qual permanece interditada até conclusão da investigação e da emissão do laudo laboratorial negativo.

Vigilância em estabelecimentos avícolas de reprodução e postura comercial – Plano de vigilância ativa em aves de descarte das granjas de postura comercial e de reprodução, com uma colheita mínima de 10 lotes/estado/mês selecionados ao acaso pelo SVO. A colheita de material é realizada no estabelecimento de criação das aves pelo SVO antes da saída do lote para abate e encaminhado ao laboratório oficial do MAPA.

Vigilância em aves importadas – O material genético (ovos férteis e aves de um dia) e as aves ornamentais importadas também passam por vigilância ativa no país de origem e ao ingressarem no Brasil. Para importação de material genético avícola (ovos incubáveis e pintos de um dia), são colhidas amostras para pesquisa de vírus da influenza aviária, vírus da doença de Newcastle, Salmonella Gallinarum, S. Pullorum, S. Typhimurium, S. Enteritidis, Mycoplasma gallisepticum, M. synoviae e M. meleagridis (somente perus).

Vigilância para certificação sanitária de compartimentos avícolas – Em 2014 o MAPA publicou a normativa de Certificação Sanitária de Compartimentação da Cadeia Produtiva Avícola, a qual tem caráter voluntário e tem por objetivo certificar subpopulações com status sanitário diferenciado, livres de influenza aviária e doença de Newcastle.

Vigilância em sítios de aves migratórias – O Serviço Veterinário Oficial também realiza inquéritos epidemiológicos em populações domésticas de subsistência que vivem em um raio de 10 km de sítios de aves migratórias selecionados pelo Departamento de Saúde Animal – DSA/SDA/MAPA. Em cada propriedade são coletadas amostras para pesquisa de influenza aviária e doença de Newcastle. Em relação às aves silvestres/migratórias, pode ser realizada vigilância passiva, por meio de colheitas de amostras em aves doentes ou recentemente mortas.