A projeção da demanda por proteína animal para os próximos anos é de crescimento, devido ao aumento populacional e também ao incremento de renda dos países. Este crescimento implicará em maior produção e, consequentemente, maior intercâmbio comercial entre nações produtoras e países consumidores.
A expectativa em 2019 para o mercado de carne suína é positiva. A redução da produção pela China, atingida pela peste suína africana, e também a reabertura do mercado russo ao Brasil apontam aumento da demanda internacional pelo produto. De acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil, as exportações brasileiras totais de suínos cresceram 51,4% em valor em comparação com abril de 2018 e atingiram US$ 110 milhões.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia divulgou que as vendas externas de carne suína in naturacresceram 17,98% em volume acumulado até maio, de 206,9 mil toneladas nos cinco primeiros meses de 2018 para 244,1 mil toneladas. Em faturamento, houve um avanço de 12,71%, de US$ 455,6 milhões para US$ 513,5 milhões no período.
Ligado a este contexto, é importante ressaltar algumas tendências apontadas pela cadeia produtiva, que desenharão novos rumos daqui para frente – a evolução genética em suinocultura estará intrinsecamente relacionada à maior produtividade, à qualidade da carne e ao melhor aproveitamento dos recursos naturais.
Uma maior atenção à produção de alimentos seguros tem exigido a redução (e, em alguns casos, a eliminação) de antimicrobianos para prevenção de enfermidades na produção animal, e a substituição destes, por probióticos, fitoterápicos e outros tipos de medicamentos. Há aqui também, a busca incessante por vacinas cada vez mais eficazes e a necessidade da implementação de sistemas de vacinação em massa, atrelados à segurança de seu uso e a técnicas de manejo adequadas. A utilização de vacinas eficazes para as enfermidades dos suínos são a melhor forma de prevenção de doenças, estas tendem a se tornar cada vez mais tecnológicas e melhores. Há uma tendência de inovação das vacinas com produtos conjugados, que estimulam a prevenção de várias doenças em uma única aplicação, vacinas com aplicação precoce ou “early vaccination” e até a implementação de sistemas de vacinação em massa, atreladas à segurança de seu uso e a técnicas de manejo adequadas.
Doenças de rebanho como, por exemplo, Influenza e Salmonelose, vêm exigindo da indústria o desenvolvimento de kits de diagnóstico rápidos e multifuncionais, (auxiliando em ações rápidas para melhorar e assegurar a biosseguridade na produção de suínos) que garantam melhoria.
Há ainda um crescente interesse pelo desenvolvimento e a incorporação de ferramentas chamadas Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA), como congelamento de sêmen e inseminação artificial intrauterina.
E, por último, mas não menos importante, observa-se um crescimento na produção integrada, em que os sistemas de produção não só exigirão cada vez mais automação, mão de obra especializada e treinada, como também bem-estar dos animais e dos funcionários.
Diante disto, temos a oportunidade de avançarmos muito mais no mercado de proteína animal – pela evolução de nossos processos e pela capacidade de atendermos à demanda. E a saúde animal é um fator essencial para este sucesso. Sem sanidade, o Brasil estaria fora disto, já que é ela que contribui para o aumento da produtividade da pecuária, da suinocultura e das demais atividades produtivas.