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UBA envia carta de esclarecimento sobre a gripe aviária à revista Isto É

<p>Vários equívocos sobre a doença foram publicados pela revista nesta semana, gerando pânico entre os leitores e indignação entre a classe técnica da avicultura.</p>

Redação AI (10/03/06)- Veja a íntegra da carta encaminhada pela União Brasileira de Avicultura (UBA) à redação da revista Isto É, que publicou uma reportagem sensacionalista sobre a gripe aviária nesta semana.

 

 

“Com referência à reportagem sobre a Influenza Aviária publicada na edição no. 1898, de 08/03/2006, gostaríamos de agregar algumas considerações que julgamos oportunas para esclarecer melhor esse assunto.

 

No momento em que se verificam casos de gripe aviária em aves silvestres em países europeus, gerando indagações sobre se essa moléstia poderá chegar ao Brasil, é importante ter em conta algumas informações básicas:

 

– a gripe aviária, cujo nome científico é Influenza Aviária, é uma doença das aves, causada por vírus e não há registro de ocorrência no Brasil;

 

– os casos surgidos em países da Ásia e, mais recentemente, na Europa e na África,  em aves silvestres como cisnes, gansos e patos selvagens, são causados por uma cepa conhecida como H5N1, que não existe nas Américas.

 

Casos de mortes ocorridos na Ásia foram devidos ao contato direto das pessoas com fezes e sangue de aves contaminadas. A Influenza Aviária não se transmite de pessoa para pessoa. Também não se transmite pelo consumo de carne de aves ou ovos, pois o processo de fritura ou cozimento do alimento elimina o vírus.

 

No Brasil, além de não existir a doença, o sistema de produção de aves comerciais é altamente tecnificado e feito sob rígidos controles sanitários ao longo de toda a cadeia avícola. Os aviários são rigorosamente protegidos e as aves preservadas de eventuais contatos com aves migratórias ou criações de fundo de quintal. Contamos também com altas temperaturas e insolação que colaboram com a inativação do vírus.

 

A possibilidade de chegada do vírus H5N1 ao Brasil é bastante reduzida. As aves migratórias que demandam o Brasil procedem dos Estados Unidos e do norte do Canadá. Não existem rotas de aves provenientes da Ásia, Europa e África. Os fluxos de aves migratórias são monitorados rotineiramente pelos ministérios da Agricultura e da Saúde, que faz a captura de exemplares para análise em diversos pontos das rotas.

 

Desde 2002, o Brasil vem adotando várias medidas para prevenir o ingresso do vírus da Influenza Aviária no país. Os controles de importação de material genético foram tornados ainda mais rigorosos. A importação de aves ornamentais e de companhia foi proibida. Intensificaram-se os controles nos portos e aeroportos para evitar a entrada de produtos avícolas não autorizados. Todos os dejetos de aviões e navios são incinerados. Periodicamente, laboratórios credenciados fazem exames sorológicos contínuos nas aves comerciais.

 

É muito importante, ainda, lembrar que as Secretarias Estaduais de Agricultura e as Superintendências Federais de Agricultura nos Estados estão empenhadas em manter vigilância constante em relação a este assunto e atuam prontamente toda vez que casos de suspeita são notificados às autoridades sanitárias.

 

Finalmente, cabe assinalar que as associações estaduais de avicultura e a União Brasileira de AviculturaUBA, entidade máxima representativa da avicultura brasileira, em parceria com órgãos do Ministério da Agricultura e do Ministério da Saúde, mantêm um sistema permanente de consultas, notificações e troca de informações sobre todo e qualquer assunto relacionado à questão da sanidade dos plantéis avícolas no Brasil.

 

Desejamos, assim, esclarecer que nossas autoridades e o setor avícola brasileiro estão em permanente acompanhamento sanitário de nossos plantéis, de maneira a monitorar a saúde das aves já que, controlando a sanidade avícola estaremos protegendo também a saúde pública”.