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Avicultura

Uma trajetória ligada ao setor avícola gaúcho

Santos destaca que a avicultura contribui com 4% do PIB do Estado e movimenta R$ 12 bilhões por ano.

Uma trajetória ligada ao setor avícola gaúcho

No dia 21 de agosto de 1965 aconteceu a primeira assembleia da Associação Sulina de Avicultura, que, em 1972, mudou sua razão social para Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). O objetivo era fomentar a qualificação e o desenvolvimento da avicultura no Estado. Decorridos 47 anos, a entidade conta com 65 sócios que colocaram o Rio Grande do Sul no 3 lugar do ranking nacional. Hoje, o técnico em administração José Eduardo dos Santos é o diretor executivo da Asgav e conhece como poucos o setor. Aos 44 anos, tem considerável parte de sua vida profissional desenvolvida dentro da entidade.

Correio do Povo: O que é a Asgav hoje?

José Eduardo dos Santos: É uma associação e uma entidade patronal, pois, junto com a Asgav, está o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no RS (Sipargs). A entidade representa 65 associados, sendo 16 frigoríficos com inspeção federal, cinco frigoríficos com inspeção estadual, 21 fábricas de rações, 17 incubatórios, empresas fornecedoras para avicultura e quatro empresas especializadas em desenvolvimento genético. Isto gera 47 mil empregos diretos e cerca de 800 mil atividades indiretas, 10 mil famílias de produtores integrados de frango de corte, 30 empresas de postura comercial de médio e grande portes e 200 pequenos e miniprodutores de ovos. A atividade contribui com aproximadamente 4% do PIB gaúcho e movimenta mais de R$ 12 bilhões anuais.

José Eduardo foi menino de cidade, nascido em São Leopoldo. Como chegou à avicultura?

De fato, sou citadino. Meu projeto de vida era informática e administração de empresas. Ao terminar o serviço militar me graduei como técnico em administração. Me apaixonei pelos computadores e fiz vários cursos. Meu primeiro contato com alimentos foi na indústria de bebidas. Mas minha vontade era vir para a Capital e, um dia, procurando novos caminhos, fiz uma ficha na Asgav, onde entrei em 1994 como auxiliar de escritório.

Hoje, Eduardo é o diretor executivo da Asgav. O que mais o fascinou nestes 18 anos?

O companheirismo, a lealdade e as portas abertas que os empresários e dirigentes sempre dedicaram para quem tem vontade de trabalhar. Não lembro um único projeto que tenha apresentado que tenha sido rejeitado. Muitos tive que refazer, até mais de uma vez, mas as ideias, quando boas, sempre tiveram guarida.

Entre essas ideias, como nasceu o Avisulat?

O encontro que reúne boa parte da produção de proteína animal do RS, como aves, suínos e laticínios, na verdade é derivação de um encontro que existiu até 1994, o Avisul, com avicultores dos três estados do Sul. Mas parou. A ideia era ótima, então buscamos novos parceiros. Como o setor de aves muitas vezes se entrelaça com suínos e leite, a sequência foi natural.

A 3º edição do Avisulat será de 21 a 23 de novembro. O que muda em relação às edições anteriores?

Estamos atingindo a maturidade. Acredito que este será o melhor dos eventos. Ele continuará no Fundaparque, em Bento Gonçalves, e junto com outros eventos, como o III Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios.

E a paixão pela avicultura foi passada para o filho?

Casei um ano após entrar na Asgav. Minha esposa, Miriam Xavier, é minha cúmplice e me acompanha. Já meu filho Willian, assim como eu, apaixonou-se pela informática. Porém, não digo que não. Quem sabe um dia ele canalize seu saber para as aves?

O que é um líder?

É aquele que sabe coordenar uma equipe sem gerar conflitos, ser ouvido e saber ouvir.

O que é ter sucesso?

É conseguir desenvolver muitos projetos obtendo neles satisfação pessoal e profissional, além de gerar bons resultados.