A FreteBras, maior plataforma online de transporte de cargas da América do Sul, acaba de lançar a 6ª edição do “Relatório FreteBras — O Transporte Rodoviário de Cargas”, com base na análise de 8 milhões de fretes publicados no decorrer do ano passado. De acordo com o estudo, em 2021, os fretes do agronegócio aumentaram 46,9% em relação a 2020, o que demonstra que o setor está cada vez mais digitalizado no que diz respeito ao transporte dos grãos.
O relatório revela que 36,6% das cargas registradas na plataforma da FreteBras em 2021 vieram do agronegócio, que movimentou cerca de R$ 23 bilhões em fretes no período. Os estados que concentraram a maior parte dos viagens para atender o segmento foram São Paulo (15%), Rio Grande do Sul (14,7%), Paraná (13,5%) e Minas Gerais (10,6%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (31,5%), milho (10,9%) e soja (9,2%).
“Sabemos que o agronegócio é uma das principais forças do Brasil. O volume de fretes acompanhou a grande representatividade do setor para a nossa economia. Para a safra 2021/22, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimava, no ano passado, um aumento de 3,6% na área cultivada e de 14,2% na produção de grãos. Por isso, os produtores importaram milhões de toneladas de fertilizantes para atender a essa demanda. Nós conseguimos ver o impacto dessa movimentação na nossa plataforma”, declara Bruno Hacad, diretor de Operações da FreteBras.
No decorrer de 2021, as regiões Sul e Sudeste puxaram o crescimento do volume total de fretes na FreteBras. No Sul, houve aumento de 38,7%. No Sudeste, a alta foi de 27,8%. Isso ocorreu devido ao grande número de fretes cadastrados nestas regiões, o que demonstra a alta representatividade que ambas têm no total de carregamentos registrados na plataforma.
Digitalização do agro puxou crescimento de fretes
A pandemia acelerou a digitalização de vários setores e impactou, principalmente, as micro e pequenas empresas, que tiveram dificuldades para suportar as mudanças impostas pelo novo normal. No segmento de Transportes e Logística, entretanto, a situação foi diferente. Essa transformação teve efeito positivo para o aumento do volume de fretes em 2021.
Em relação a 2020, houve crescimento de 62% de novos cadastros de micro e pequenas empresas na plataforma da FreteBras. Por não terem o empecilho de uma frota própria, esses negócios conseguiram se adaptar rapidamente ao digitalizar os fretes.
“O ano passado marcou uma intensa transformação que foi iniciada em 2020. Isso afetou diversas empresas, que se viram obrigadas a buscar soluções digitais, como a nossa plataforma, para expandir os seus mercados e localidades, além de economizar tempo e gastos. As micro e pequenas transportadoras tiveram maior facilidade de se adaptar a esse novo cenário em função de seu tamanho e menor investimento em ativos imobilizados, como frotas próprias. Todo esse movimento refletiu diretamente em nosso relatório. O crescimento de novos cadastros dessas empresas foi bastante expressivo e ajudou a movimentar ainda mais o mercado de fretes”, acredita Hacad.
Movimentação nos portos
De acordo com a Associação Brasileira de Transportes Aquaviários (ANTAQ), só no ano passado, de janeiro a outubro, foram movimentadas mais de 1 bilhão de toneladas de cargas pelos portos do Brasil, o que refletiu diretamente no transporte das cargas pelas nossas estradas. Para entender esse impacto, o relatório da FreteBras analisou a movimentação de fretes nos portos de Paranaguá-PR, Rio Grande-RS e Santos-SP, que juntos representam cerca de um quarto de toda a carga que entra e sai do Brasil.
No ano passado, o porto de Paranaguá foi um dos principais pontos de origem para a importação de adubos e fertilizantes. O levantamento da FreteBras revela que o volume dos fretes destes produtos, originados em Paranaguá, aumentaram 59,5% em comparação com o ano anterior. Quanto à exportação, a soja foi o principal item escoado pelo porto paranaense e registrou um aumento de 23% no volume de fretes, na plataforma da FreteBras.
Já no porto de Rio Grande, os produtos mais importados também foram adubos e fertilizantes. Lá, inclusive, foi onde esses itens registraram maior crescimento. Os fretes de fertilizantes aumentaram 168,8%, passando de cerca de 20,4 mil, entre janeiro e outubro de 2020, para 54,8 mil no mesmo período em 2021. Nesse mesmo intervalo de tempo, a produção de soja, que se destaca no Rio Grande do Sul, também refletiu na plataforma. Os fretes do grão destinados ao porto gaúcho registraram alta de 9%.
Em Santos, os fretes de adubos e fertilizantes – segunda categoria de produtos mais importada no local – aumentaram 124,8%, quando comparados os períodos entre janeiro e outubro de 2020 e 2021. Esse crescimento ocorreu para atender a expectativa de crescimento na produção agrícola da safra 2021/22. Os fretes de soja e açúcar para exportação também tiveram destaque no período, com alta de 76,9% e 17,6%, respectivamente.
O relatório completo pode ser acessado aqui.
Metodologia
Os dados que compõem a 6ª edição do “Relatório FreteBras — O Transporte Rodoviário de Cargas” têm base no fluxo de dados da FreteBras. Com mais de 640 mil caminhoneiros cadastrados e 17 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 95% do território nacional.