O Boletim do Instituto de Pesca (BIP), uma renomada revista científica vinculada ao Instituto de Pesca (IP-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, continua a consolidar sua posição como uma das principais publicações brasileiras no campo da Aquicultura e Pesca. Reconhecida entre as 10 principais do mundo em Bioflocos (BFT), com base em critérios como número de publicações, citações e índice h, conforme avaliação da Aquaculture International, editora Springer, a revista tem se destacado ao publicar artigos de excelência e relevância.
Recentemente, o BIP publicou artigos que abordam temas fundamentais para a sustentabilidade, com contribuições de autores de renome nacional e internacional. Destacam-se estudos sobre Aquicultura Multitrófica Integrada (IMTA) e produção em Bioflocos, que exploram novas abordagens na produção de organismos aquáticos, baseadas em princípios de economia circular e ciclagem de nutrientes.
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Um exemplo é o artigo “Dinâmica da comunidade zooplanctônica em resposta ao estado trófico da água na aquicultura multitrófica integrada”, que enfatiza a IMTA como uma alternativa eficaz para otimizar o uso de alimentos na aquicultura. Esse método combina espécies de diferentes níveis tróficos, resultando em um sistema que recicla os resíduos de uma espécie para beneficiar outras. O estudo avaliou a dinâmica zooplanctônica em IMTA de tilápia com camarão, em viveiros escavados com diferentes substratos.
Outra publicação relevante, “Aquicultura Multitrófica Integrada em tanques utilizando substrato para perifíton como fonte natural de alimento”, demonstrou o aumento da produtividade e a economia de ração ao incorporar perifíton (organismos vivos ou seus detritos que colonizam superfícies sólidas em habitats aquáticos) em um sistema de Aquicultura Multitrófica Integrada, com espécies de peixes em viveiros escavados.
O BIP também apresentou três estudos destacados sobre pesquisa relacionada ao sistema de Bioflocos, que utiliza pequenas partículas orgânicas compostas por diversos micro-organismos para manter a qualidade da água. Este sistema é elogiado por sua sustentabilidade, devido à reduzida taxa de renovação hídrica.
Um dos artigos, “Cultivo de sea lettuce (Ulva ohnoi) em tecnologia de bioflocos: desempenho de crescimento e caracterização de compostos bioativos”, avalia o cultivo da alga Ulva ohnoi em bioflocos, destacando maiores teores de proteína e ulvana após o cultivo nesse ambiente.
Além disso, o artigo “Comparação entre o sistema de tecnologia de bioflocos e aquamimicry no cultivo de Litopenaeus vannamei em viveiros revestidos no sul do Brasil” relata um experimento comparativo entre a produção de camarões em Bioflocos e Aquamimicry, concluindo que ambos os sistemas apresentaram desempenho zootécnico semelhante, sugerindo novos testes em maiores densidades de estocagem.
Os autores do artigo “Diferentes níveis de proteína em uma cultura superintensiva de camarões brancos do Pacífico juvenis (Litopenaeus vannamei) em sistemas de bioflocos durante a fase inicial de criação” compartilham resultados que visam determinar os níveis ideais de proteína bruta em dietas para organismos aquáticos, destacando a maximização do crescimento, a redução dos custos com alimentação e a melhoria da qualidade da água. O estudo, realizado em um sistema superintensivo de bioflocos, revela que os melhores resultados foram obtidos com uma dieta contendo 38% de proteína bruta.
A pesquisadora do IP e editora-chefe do Boletim, Fabiana Garcia, destaca que “essas publicações evidenciam que, ao longo de seus 52 anos de existência, o Boletim do Instituto de Pesca continua a se destacar como um periódico visionário no meio científico, acompanhando as evoluções e tendências globais em aquicultura e pesca”.
