Os crescentes custos de produção, a insegurança jurídica, as demandas do mercado e a morosidade na concessão de outorgas de água pelo poder público são algumas das preocupações que permeiam a cadeia produtiva de peixes no estado do Paraná. Essas questões foram abordadas durante a reunião da Comissão Técnica (CT) de Aquicultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), realizada nesta segunda-feira (6) por meio de videoconferência. Participaram do debate representantes das principais regiões produtoras de pescado no estado, juntamente com técnicos da FAEP e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O presidente da CT de Aquicultura, Edmilson Jose Zabott, destacou que o Paraná lidera a produção de tilápia no Brasil. Dos 408,35 mil toneladas produzidas em 2022, os produtores paranaenses contribuíram com 161,15 mil toneladas, representando quase 40% da produção nacional, conforme dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, apesar desse destaque, a cadeia ainda enfrenta desafios significativos, especialmente quando se trata da relação com o poder público.
“A aquicultura está se tornando cada vez mais crucial para o agronegócio. No entanto, como é uma cadeia ainda em desenvolvimento, enfrenta diversos desafios para manter taxas de crescimento sólidas e expandir oportunidades. Uma das questões principais é assegurar que a produção de peixes seja reconhecida pelo seu verdadeiro valor, de alta relevância na geração de empregos e renda para o nosso país”, pontua presidente da CT de Aquicultura da FAEP, Edmilson Jose Zabott.
Larissa Mouro, assessora técnica da CNA, forneceu atualizações sobre os principais debates em nível federal relacionados à piscicultura. A especialista destacou que há discussões frequentes com parlamentares e membros do Poder Executivo para apresentar as demandas do setor e contribuir para a formulação de políticas públicas eficazes.
“Temos interlocução com diversas entidades e estamos cientes das movimentações em temas sensíveis, prontos para intervir em propostas importantes”, afirma Larissa Mouro, assessora técnica da CNA.
Fábio Mezzadri, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da FAEP, indicou que, no âmbito estadual, algumas das medidas de maior preocupação incluem questões relacionadas à outorga de água, descontos na tarifa de energia elétrica, regularização para acesso a crédito e regulamentação sanitária para evitar possíveis impactos na importação de produtos pesqueiros. A FAEP encaminhará essas demandas aos diferentes órgãos públicos estaduais.