A 21ª Semana do Pescado, que ocorrerá de 1º a 15 de setembro em todo o Brasil, tem como meta aumentar o consumo de pescado em pelo menos 30% em relação ao período normal de vendas. Idealizado por Altemir Gregolin, ex-ministro da Pesca e presidente do International Fish Congress (IFC Brasil), o evento reúne setores produtivos para promover peixes e frutos do mar em supermercados, peixarias, restaurantes e feiras livres, visando impulsionar a indústria e alcançar o consumidor final.
Gregolin destaca que a população brasileira tem se mostrado mais consciente sobre os benefícios do consumo de pescado, uma proteína saudável e de fácil digestão. Nos últimos 15 anos, o consumo per capita de pescado no Brasil cresceu cerca de 60%, passando de 3,5 quilos para 10 quilos por habitante ao ano.
A Semana do Pescado é uma iniciativa que busca não apenas aumentar o consumo de peixes e frutos do mar, mas também fortalecer a pesca e a aquicultura no país, abrangendo toda a cadeia produtiva. A campanha conta com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), responsável pelo incremento pesqueiro desde a criação do evento em 2003.
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Segundo o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, a Semana do Pescado é uma agenda consolidada para o fomento do consumo de pescado no Brasil, complementando a tradição de consumo durante a Semana Santa e as festas de fim de ano. Ele ressalta que a recriação do MPA em 2023 permitiu a integração de ações com diversas instituições públicas e privadas, resultando em um maior incentivo ao consumo saudável de pescado e no fortalecimento da cadeia produtiva.
A Semana do Pescado acontece em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, com coordenações locais que envolvem pessoas do setor produtivo, varejo, food service, e representantes das superintendências do Ministério da Pesca. O evento conta com a participação de redes de varejo, bares, restaurantes e feiras livres, que totalizam mais de 90 mil estabelecimentos comerciais no país.
José Ignácio Figueiredo, presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), destaca a importância de mostrar o valor nutritivo e econômico do pescado, beneficiando toda a cadeia produtiva, desde os pescadores até os pontos de venda. Já Maxuel José Monteiro da Costa, presidente do Sindicato dos Pescadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Siperjes), afirma que a campanha ajuda a movimentar a economia, favorecendo pescadores e todos os envolvidos na comercialização do pescado.
Gregolin enfatiza que, apesar do crescimento do consumo no Brasil, o país ainda está abaixo da média mundial de 21 quilos por habitante/ano, e que há um grande potencial de expansão. Ele observa que um aumento de um quilo no consumo per capita representaria uma produção adicional de cerca de 500 mil toneladas de peixe vivo, demandando uma ampliação significativa na produção nacional.
Atualmente, o Brasil conta com cinco milhões de pessoas envolvidas na pesca, um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 27 bilhões, e uma produção anual de 1,27 milhão de toneladas de pescado, gerando 16 mil empregos. Além dos benefícios econômicos, o consumo de pescado traz vantagens nutricionais, oferecendo proteínas de alta qualidade e baixo teor de gordura.
No entanto, a balança comercial do pescado no Brasil é desfavorável, com importações que chegam a US$ 1,4 bilhão, enquanto as exportações somam apenas US$ 400 milhões. Gregolin ressalta a necessidade de aumentar a produção nacional para substituir parte das importações, especialmente no caso de espécies cultivadas como tilápia e camarão.
A campanha da Semana do Pescado também pretende engajar a sociedade civil, promovendo ações educativas em escolas e universidades, doação de pescado para ONGs que apoiam comunidades carentes, e eventos gastronômicos como o Fish Week, que oferecerá pratos especiais de pescado a preços atrativos durante a primeira semana de setembro.
Em 2023, a Semana do Pescado gerou um aumento de 35% nas vendas de pescado no Brasil, com a adesão de todos os estados e do Distrito Federal.
