O principal sindicato de agricultores da França, FNSEA, anunciou que organizará protestos em todo o país a partir de meados de novembro. A mobilização reflete a crescente insatisfação dos produtores agrícolas, que se intensificou com as negociações comerciais entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Segundo o presidente do sindicato, Arnaud Rousseau, a pressão para concluir o acordo comercial é vista como uma ameaça ao setor agrícola francês.
Os agricultores temem que o acordo com o Mercosul, bloco que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, resulte em uma concorrência desleal, permitindo a entrada de produtos agrícolas mais baratos que não seguem os mesmos padrões regulatórios da UE. Além disso, a crise no setor foi agravada por colheitas impactadas por eventos climáticos extremos, surtos de doenças no gado e a instabilidade política na França após as eleições antecipadas do verão.
As negociações entre a UE e o Mercosul, que avançaram em setembro, estão previstas para uma conclusão até o fim de 2024, com o Brasil pronto para assinar o acordo durante uma cúpula em novembro. O presidente francês, Emmanuel Macron, tem manifestado oposição a essas negociações, temendo impactos negativos para os produtores locais.