Nos últimos meses, Tocantins tem enfrentado um aumento na incidência de raios durante tempestades, causando prejuízos significativos aos produtores da região. Este fenômeno é atribuído à combinação de calor intenso e falta de precipitação nos meses anteriores. O Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe) registrou um aumento expressivo no número de raios, chegando a 13,8 milhões de raios de janeiro a novembro de 2023, comparado a 8 milhões em 2022.
O meteorologista Alexandre Nascimento, da Nottus, destaca que o desequilíbrio climático, causado pelo calor intenso e entrada de umidade, leva à formação de nuvens cumulonimbus, propiciando tempestades com raios. Ele menciona que, mesmo com o fenômeno El Niño favorecendo chuvas intensas, o La Niña também pode desencadear tempestades elétricas, contribuindo para os problemas enfrentados pelos agricultores tocantinenses.
As autoridades locais, incluindo a Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e a Defesa Civil do Tocantins, têm monitorado a situação nas lavouras, especialmente de soja. O clima irregular gerou dificuldades no estabelecimento da cultura, levando muitos agricultores a realizar replantios e ajustes devido à instabilidade das chuvas.
Jaime Café, secretário da Seagro, observou que as lavouras em municípios como Gurupi, Figueirópolis, Peixe, São Valério e Santa Rosa enfrentaram irregularidades significativas, com a necessidade de vários replantios devido às condições climáticas desfavoráveis até o momento.