O Brasil consolidou sua posição de liderança sobre os Estados Unidos como o principal fornecedor de milho e soja para a China, o maior importador agrícola global, no início de 2024.
Dados recentes da Administração Geral das Alfândegas chinesas destacam um aumento significativo nas exportações brasileiras para a China, resultado da estratégia de Pequim de diversificar seus fornecedores e diminuir a dependência dos produtos agrícolas norte-americanos.
Nos primeiros dois meses de 2024, a China importou impressionantes 4,1 milhões de toneladas de milho do Brasil, de um total de 6,19 milhões de toneladas recebidas, marcando um aumento de 178% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em contraste, as importações chinesas de milho dos EUA caíram 67%, totalizando apenas 766.989 toneladas.
Este aumento nas exportações do Brasil é atribuído à abundante colheita do país e aos avanços logísticos, incluindo a consolidação das rotas de exportação pelo norte do Brasil.
Adicionalmente, o Brasil está explorando novas oportunidades logísticas por meio do porto de Chancay, no Peru, uma porta de entrada controlada pela China para o mercado asiático via Oceano Pacífico, oferecendo uma redução de cerca de duas semanas no tempo de trânsito e uma alternativa ao congestionado Canal do Panamá.
O Brasil também se destacou nas exportações de soja, com as importações chinesas aumentando 211% em relação ao ano anterior nos primeiros dois meses de 2024.
O maior importador mundial de soja adquiriu 6,96 milhões de toneladas da oleaginosa brasileira, comparado a 2,24 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.
Por outro lado, as importações de soja dos EUA para a China caíram de 9,71 milhões de toneladas em 2023 para 4,96 milhões de toneladas.
A forte colheita e os preços competitivos do Brasil contribuíram para esta mudança de participação no mercado, com o Brasil agora detendo 53% do mercado de soja chinês, em comparação com 38% dos EUA.
A colheita de soja brasileira para o ciclo 2023/24 está avançando rapidamente, com 63% da área plantada já colhida, conforme informações da consultoria AgRural. Os compradores chineses continuam favorecendo as importações brasileiras, atraídos pelos preços mais baixos oferecidos no mercado global.
Este desenvolvimento reafirma o Brasil como o maior exportador mundial de soja, intensificando a competição com os EUA pelo mercado chinês.
A estratégia de diversificação de fornecedores da China e a competitividade do Brasil estão remodelando o comércio global de grãos.