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Economia

Câmbio prejudica frango

Presidente da Abef acredita que valorização do real prejudicou exportações de frango e projeta 20% de queda na receita.

Câmbio prejudica frango

Apesar de manter estabilidade nos embarques de frango em relação ao ano passado, a receita para os exportadores tem queda de cerca de 20%. Muito se deve à valorização do real frente a outras moedas pelo mundo, como o dólar e o euro. Até o mês de novembro, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, chegava a 25% em relação à moeda norte-americana e a quase 16% frente à do bloco europeu.

“Nós não temos este lastro para termos o Real tão valorizado frente a 30 moedas no mundo. Mundo onde nós temos negócios e o Brasil saiu perdendo. E quando você tem renda, você pode repassar para a cadeia, desde o produtor de insumos, o integrado e para as indústrias, que está fechando o ano no vermelho”, ressalta.

Turra afirma que a manutenção dos volumes embarcados se deve à abertura de novos mercados. Só em 2009, foram 24 novos países que compraram o frango brasileiro, 10% da demanda total. Segundo ele, estes novos mercados cobriram a retração de outros países, como a Rússia, Japão, Venezuela e União Europeia. Mesmo assim, o presidente da Abef ainda reclama das barreiras impostas por muitos importadores.

“A União Europeia foi um caso. Repentinamente houve aumento de tarifas nas cotas, mais tarifas, cotas extras que são impossíveis de pagar. E países que abrimos mercados, como a Índia, não conseguimos vender porque a tarifa de lá é de 100%. Se você exporta mil toneladas, você vai dar mil toneladas adicionais para o tesouro da Índia, e isso é impraticável”.

Para Turra, o grande destaque do ano foi a abertura do mercado chinês, que evoluiu nas compras no final do ano. Para 2010, a meta é perseguir novos compradores, como México, Indonésia, Malásia, Paquistão e Nigéria. Também são alvo dos brasileiros 20 pequenos mercados para incrementar os negócios.

O presidente da Abef informa que a cadeia produtiva está buscando junto ao governo federal a desoneração de Pis e Cofins para o setor, como ocorreu com a cadeia bovina. Para ele, é difícil manter um trabalho com linhas diferentes, onde o boi está desonerado e o frango com tributos elevados. Mas Turra destaca a conquista da medida do governo relacionada ao drawback verde-amarelo, que é a isenção de tributos que são usados para insumos que servem de ração.

“Para sermos competitivos, não dá para vendermos imposto lá fora, pois o consumidor paga pelo produto”, acredita.