O desembolso de crédito rural nos primeiros três meses do Plano Safra 2023/2024 alcançou a impressionante cifra de R$ 147 bilhões, marcando um aumento de 11% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desses valores, aproximadamente R$ 90 bilhões foram direcionados para financiamentos de custeio, enquanto as concessões das linhas de investimentos totalizaram R$ 23,7 bilhões. As operações relacionadas à comercialização atingiram a marca de R$ 17,5 bilhões, enquanto as de industrialização somaram R$ 15,9 bilhões.
De acordo com a análise realizada pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), durante esses três meses do ano agrícola, foram formalizados 617.547 contratos. Deste total, 444.077 contratos foram vinculados ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), e 82.572 ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).
Os pequenos e médios produtores se beneficiaram significativamente, recebendo um montante de R$ 20,8 bilhões no Pronaf e R$ 23,2 bilhões no Pronamp, em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização).
Notícias Relacionadas
Outros produtores formalizaram 90.898 contratos, totalizando R$ 103,1 bilhões em financiamentos liberados pelas instituições financeiras.
Os financiamentos destinados a investimentos no setor agropecuário também apresentaram crescimento notável. O Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (ModerAgro) registrou contratações no valor de R$ 603 milhões, o que representa um aumento de 18% em relação ao mesmo período da safra anterior. Além disso, os financiamentos para o programa Pronamp alcançaram a marca de R$ 1,9 bilhão, representando um aumento de 34%.
O Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro Giro) também obteve um desempenho expressivo, com financiamentos no valor de R$ 323 milhões, indicando um aumento de 113% em comparação com o mesmo período da safra anterior.
No que diz respeito às fontes de recursos do crédito rural, os recursos livres equalizáveis se destacaram nos meses de julho, agosto e setembro, com um total de R$ 5,9 bilhões, o que representa um aumento significativo de 279% em relação ao mesmo período da safra anterior. Isso sinaliza uma maior utilização dos recursos das instituições financeiras disponibilizados para equalização dentro do Plano Safra.
Wilson Vaz de Araújo, secretário substituto de Política Agrícola, enfatizou a contribuição crucial da fonte não controlada da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) para o financiamento do crédito rural. Essa fonte representou 47% do total das aplicações na agricultura empresarial no primeiro trimestre da safra atual, totalizando R$ 59,2 bilhões e registrando um aumento de 69% em relação ao mesmo período da safra passada.
É importante observar que os valores apresentados são provisórios e foram extraídos do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB) no dia 4 deste mês. Este sistema registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural. É possível que haja variações nos dados ao longo dos trinta dias seguintes, dependendo da data de consulta no Sicor ou no Painel Temático de Crédito Rural do Observatório da Agropecuária Brasileira.
